Cacique completa 60 anos em janeiro e lança camisa comemorativa: ‘A bússola do samba’


Em 20 de janeiro do ano que vem — dia também de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio e do bloco —, o Cacique de Ramos chega aos seus 60 anos. São seis décadas na busca incessante pela valorização e reconhecimento do samba e de seus representantes, que ao longo do tempo, se tornaram frutos das sagradas tamarineiras. Para marcar a data, o Cacique está lançando camisas comemorativas com o enredo escolhido para 2021: a Bússola do Samba. As camisas por enquanto serão vendidas apenas no site da moda oficial do grupo.

— O Cacique de Ramos chega aos seus 60 anos consagrando a marca da evolução e manutenção do gênero musical que expressa a autenticidade da arte, a versatilidade e a cultura do povo brasileiro: o samba, da raiz ao carnaval — afirma Ubirajara Félix do Nascimento, de 83 anos, mais conhecido como Bira Presidente, fundador do bloco.

“A partir da batucada de tantãs e repiques, no compasso eloquente do pandeiro que conduz a tribo, e que é condição indispensável para a felicidade dos ‘caciqueanos’, se fez respeitar. E lá, o Samba é alta bandeira! O Cacique de Ramos, o doce refúgio, o norte, a direção, a bússola que guia o samba e os sambistas. É terreiro dos bambas, dos batuqueiros é celeiro”, diz o texto de divulgação do próximo enredo.

A publicação segue destacando a capcidade do Cacique em revelar talentos. “Polo magnético terrestre e ancestral, onde quem ingressa com pureza e bom coração, entra pedra bruta e sai joia rara. Lapidando talentos, transforma vidas com a fantástica magia de sua missão, o Cacique de Ramos festeja seu jubileu de diamante!”.

Novas camisas do Cacique comemoram os 60 anos do bloco
Novas camisas do Cacique comemoram os 60 anos do bloco Foto: Divulgação

Bira destaca a história do bloco, fundado em 1961 e onde surgiram nomes como Jovelina Pérola Negra, Beth Carvalho, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho, além do grupo Fundo de Quintal, do qual ele faz parte. No carnaval, os desfiles pelo Centro costumam arrastar oito mil pessoas. Já as rodas de samba, gratuitas aos domingos, levam até quatro mil para a quadra da Rua Uranos. Hoje, por conta da pandemia de Covid-19, todos os eventos oficiais não estão sendo realizados.

— Estamos desde o início da pandemia, em março, com a quadra fechada. O Brasil inteira liga para a gente, várias caravanas querendo vistar o Cacique. Mas não podemos retomar os trabalhos. Estamos esperando chegar uma vacina para reabrir o espaço com segurança para o grupo, visitantes, funcionários, para todo mundo — diz Bira.

Em 2010, logo após ter celebrando os seus 50 anos, o Cacique de Ramos foi tombado como Patrimônio Imaterial da Cidade do Rio.

Presidente Bira na quadra do Cacique, na Rua Uranos (17.02.2020)
Presidente Bira na quadra do Cacique, na Rua Uranos (17.02.2020) Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

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Fonte: G1