Apesar de não haver ônibus articulados suficientes para garantir a operação do sistema BRT sem aglomerações, não está nos planos da Prefeitura do Rio a aquisição de novos veículos. A eventual compra será responsabilidade da empresa que ganhar a futura licitação do serviço. Por enquanto, os planos do município são recuperar a atual frota de coletivos.
A interventora nomeada pelo prefeito Eduardo Paes para o sistema, Cláudia Secin, diz ter detectado na terça-feira, primeiro dia de intervenção municipal, problemas simples e de baixo custo que impedem alguns coletivos de circular:
— Pelo menos seis ônibus estavam sem circular por falta de cola para fixar para-brisas. Com R$ 3.300, esses ônibus vão voltar a circular em 48 horas.
O BRT chegou a ter uma frota operacional de cerca de 400 veículos e a transportar mais de 400 mil passageiros por dia. Com a degradação do sistema, hoje o número de usuários caiu para menos da metade, e só 140 carros estão em circulação. A interventora Cláudia Cecin afirmou que será feita uma avaliação do estado da frota e do que pode ser recuperado.
— Ainda não sabemos a quantidade necessária para um bom serviço — disse.
Numa garagem do BRT, em Cosmos, dezenas de ônibus do BRT estão parados, muitos só “na carcaça”.
Cláudia Secin acrescentou que, enquanto não recuperar a frota, a estratégia será a mesma adotada ontem, primeiro dia da intervenção no sistema: usar ônibus comuns nos corredores nos horários de rush. Na terça de manhã, foram 20 na linha expressa entre Satna Cruz e o terminal Alvorada, no corredor Transoeste; à tarde, 30. Nesta quarta-feira, serão 40 no percurso Alvorada-Santa Cruz.
Na terça, a operação teve que ser cercada de cuidados, admitiu a secretária municipal de Transportes, Maina Celidonio, já que os articulados são mais pesados e, por isso, levam mais tempo para parar do que coletivos comuns.
— A operação é adotada com cautela. Em alguns trechos, por precaução, circulam em velocidade reduzida e isso é possível também porque a quantidade de ônibus em operação é pequena — disse a secretária.
Em visita ao centro de operações do BRT, no Alvorada, o prefeito Eduardo Paes disse não ser possível o serviço voltar ao padrão de quando foi inaugurado a curto prazo.
— Queremos que a operação volte a ser feita com dignidade, rapidez e conforto. Mas as melhorias não seriam sentidas do dia para a noite. Órgãos da prefeitura vão ajudar no planejamento e na recuperação das estações — disse, ressaltando que o serviço não será devolvido ao consórcio BRT e sim, licitado.
No Transoeste, o plano da intervenção municipal inclui traçar cronograma de recuperação da pista.
Fonte: G1