BRT só vai ter ônibus novos após licitação


Apesar de não haver ônibus articulados suficientes para garantir a operação do sistema BRT sem aglomerações, não está nos planos da Prefeitura do Rio a aquisição de novos veículos. A eventual compra será responsabilidade da empresa que ganhar a futura licitação do serviço. Por enquanto, os planos do município são recuperar a atual frota de coletivos.

Ônibus quebrado em garagem do BRT em Cosmos
Ônibus quebrado em garagem do BRT em Cosmos Foto: Antonio Scorza / Extra

A interventora nomeada pelo prefeito Eduardo Paes para o sistema, Cláudia Secin, diz ter detectado na terça-feira, primeiro dia de intervenção municipal, problemas simples e de baixo custo que impedem alguns coletivos de circular:

— Pelo menos seis ônibus estavam sem circular por falta de cola para fixar para-brisas. Com R$ 3.300, esses ônibus vão voltar a circular em 48 horas.

O BRT chegou a ter uma frota operacional de cerca de 400 veículos e a transportar mais de 400 mil passageiros por dia. Com a degradação do sistema, hoje o número de usuários caiu para menos da metade, e só 140 carros estão em circulação. A interventora Cláudia Cecin afirmou que será feita uma avaliação do estado da frota e do que pode ser recuperado.

— Ainda não sabemos a quantidade necessária para um bom serviço — disse.

Numa garagem do BRT, em Cosmos, dezenas de ônibus do BRT estão parados, muitos só “na carcaça”.

Dezenas de ônibus quebrados em garagem do BRT em Cosmos
Dezenas de ônibus quebrados em garagem do BRT em Cosmos Foto: Antonio Scorza / Extra

Cláudia Secin acrescentou que, enquanto não recuperar a frota, a estratégia será a mesma adotada ontem, primeiro dia da intervenção no sistema: usar ônibus comuns nos corredores nos horários de rush. Na terça de manhã, foram 20 na linha expressa entre Satna Cruz e o terminal Alvorada, no corredor Transoeste; à tarde, 30. Nesta quarta-feira, serão 40 no percurso Alvorada-Santa Cruz.

Na terça, a operação teve que ser cercada de cuidados, admitiu a secretária municipal de Transportes, Maina Celidonio, já que os articulados são mais pesados e, por isso, levam mais tempo para parar do que coletivos comuns.

— A operação é adotada com cautela. Em alguns trechos, por precaução, circulam em velocidade reduzida e isso é possível também porque a quantidade de ônibus em operação é pequena — disse a secretária.

Em visita ao centro de operações do BRT, no Alvorada, o prefeito Eduardo Paes disse não ser possível o serviço voltar ao padrão de quando foi inaugurado a curto prazo.

— Queremos que a operação volte a ser feita com dignidade, rapidez e conforto. Mas as melhorias não seriam sentidas do dia para a noite. Órgãos da prefeitura vão ajudar no planejamento e na recuperação das estações — disse, ressaltando que o serviço não será devolvido ao consórcio BRT e sim, licitado.

No Transoeste, o plano da intervenção municipal inclui traçar cronograma de recuperação da pista.





Fonte: G1