O estande da Secretaria Municipal de Educação do Rio na Bienal do Livro deste ano destacou mais uma vez a participação de autores, professoras e profissionais negras e negros que apresentaram ao público suas obras literárias. A programação reafirmou o compromisso da Secretaria com a diversidade e a representatividade literária nas salas de aula e também nos livros infanto-juvenis.
Nesta sábado, 14 de junho, profissionais compartilharam seus trabalhos enriquecendo o estande da Secretaria na Bienal com a literatura étnica, antirracista e culturalmente referenciada. Com isso, a GERER (Gerência de Relações Étnico-Raciais) segue cumprindo o objetivo de, a cada edição da Bienal, aumentar o número de títulos com propostas de igualdade, diversidade, pertencimento e inclusão.
“Só a Rede Municipal de Ensino do Rio vai levar mais de 30 mil alunos, dezenas de milhares de profissionais de educação, professores, com direito a um voucher de R$ 100 para comprar os seus livros. E também cada escola recebendo pelo menos mil reais para renovar o seu acervo literário para as suas bibliotecas e com uma diretriz que pelo menos 30% desse valor seja destinado para literatura africana, afro-brasileira e indígena”, explicou o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.
Destacaram-se as professoras de História Karen Garcia Pêgas e Luciana Guimarães. Em comum, elas são autoras de livros sobre a Escola de Samba Portela. Elas veem a agremiação como “uma verdadeira organização política e social para além do entretenimento”.
Karen assina um capítulo da coletânea ,100 Anos da Portela, sobre a criação da escola e a influência de Paulo da Portela na formação profissional dos sambistas. “Quando a gente fala de escola de samba em geral, é preciso pensar a escola muito além do samba e do carnaval. A gente está falando de uma instituição comunitária que tem um olhar afro referenciado, que forma pessoas, onde se pensa saúde, educação, assistência social, representatividade negra. Não por acaso, um desfile na avenida é uma aula, mas a escola de samba é mais do que essa aula que vai da concentração à dispersão”, ensina a professora.
Luciana é autora do livro Aduke! E a visita que pintou seu coração de Azul e Branco. Ela concorda que a Portela já nasce como um espaço de valorização da comunidade, da educação e da cultura, com DNA de instituição política e comprometimento social. “No meu livro, a menina Aduke descobre na Portela um mundo de oportunidades e possibilidades: biblioteca, cineclube, feira literária, atividades culturais, ações para a comunidade. Ela percebe que essa organização tem vida depois do desfile, tem vida o ano inteiro, e que pode auxiliar bastante no processo de aprendizagem de conhecimento, de desenvolvimento e de muitas coisas que, em certos aspectos, não se aprende na escola formal”, ensina Luciana.
Neste domingo (15), o estande vai ter encontro com professores-autores, como Simone Werneck, autora do livro “O Nosso Planeta está em Perigo”, e Elizangela Alves, com o Projeto Som da Terra. Depois do almoço, o pediatra Daniel Becker vai participar do painel “O bem-estar das crianças e adolescentes”. Ainda haverá uma roda de conversa com Raphael Costa, que vai falar do seu “Palavras que abrem caminhos”. Por fim, Paula Vianna e Luiz Otávio Lima, da ONG “Parceiros da Educação”, debateram como a iniciativa privada pode apoiar a rede municipal de ensino.
Até o fim da Bienal, no dia 22 de junho, a expectativa é receber cerca de 30 mil alunos e mais de 56 mil profissionais da rede municipal. A presença na Bienal reafirma o compromisso da Secretaria com a promoção da leitura como ferramenta de transformação social e valorização da diversidade.
Tupi.FM