Após pedido de trabalho com cartaz viralizar, iguaçuano desempregado há 20 meses é contratado


Após entregar e cadastrar dezenas de currículos e se inscrever em inúmeros sites de emprego, Vitor Sandro Silva, de 47 anos, teve uma ideia inusitada. Foi para a Via Light, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com um cartaz que fazia um apelo: “Não estou pedindo dinheiro. Preciso urgente de um emprego ou trabalho”. Na mensagem, também aparecia o número de telefone de Vítor. Durante um dia, ele chamou a atenção de quem passava pela via. Tirou dezenas de fotos e, desde então, viralizou nas redes e seu telefone não parou mais de receber mensagens. Um mês e três dias depois de ir às ruas com o cartaz, Vitor voltou ao mercado de trabalho e hoje comemora seu emprego no setor de segurança de uma grande empresa.

— Fiquei um ano e oito meses desempregado, mas nunca deixei de ter esperança de que ia conseguir. Já tinha visto essa ideia do cartaz na internet. Passei a madrugada inteira fazendo ele e, no dia seguinte, fui para a Via Light. Alguém que me viu tirou a foto e passou para um amigo, que repassou para o gerente da empresa. Ele me ligou para a entrevista. Duas semanas depois, fui contratado — comemora Vitor.

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Após passar o dia na Via Light, ele fez nove entrevistas de emprego e recebeu 23 propostas para trabalhar com vendas, mas teve que recusar por estar com o computador queimado. Desde quinta-feira, ele sai de casa, em Austin, para ir ao trabalho, em Duque de Caxias. São quase duas horas de viagem, mas ele não esconde a alegria:

— Eu só tenho a agradecer a todo mundo que compartilhou minha foto e me mandou anúncios de emprego. Meu telefone não parava de receber mensagens.

Vitor Sandro foi para a Via Light, em Nova Iguaçu, com um cartaz onde pedia emprego
Vitor Sandro foi para a Via Light, em Nova Iguaçu, com um cartaz onde pedia emprego Foto: Arquivo pessoal

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No período em que ficou desempregado, Vitor teve que adiar um sonho que cultivava há alguns anos: o da casa própria. Para se manter, conta que teve que mexer nas economias:

— O que me manteve foi o dinheiro que eu estava juntando para a casa própria. Como fiquei desempregado, todo mês tinha que mexer nesse dinheiro para pagar o aluguel. De vez em quando, fazia alguns bicos, mas não estava aparecendo muita coisa.

Mesmo com as dificuldades, ele encontrou forças para fazer o bem. Vitor promove um projeto social que ajuda pessoas carentes. Com ajuda de amigos, ele arrecada e distribui alimentos, cestas básicas, materiais de higiene pessoal e roupas a quem precisa.

— Criamos o projeto “Caminhando com Cristo” há cinco anos. Apesar do nome, a gente não levanta bandeira religiosa. Não levo religião para as pessoas, levo o amor — garantiu Vitor, que criou um grupo público com o nome do projeto no Facebook.





Fonte: G1