A Secretaria Municipal de Transportes e a Mobi-Rio, empresa responsável pela operação do BRT, montaram um esquema especial para atender os passageiros na manhã desta quinta-feira (7) na estação do BRT Transoeste de Mato Alto, que na noite de quarta-feira pegou fogo após um incêndio em um ônibus articulado. As chamas destruíram completamente o módulo expresso da estação. O módulo parador não foi danificado e funciona para embarque e desembarque no local. O serviço foi reforçado com ônibus da linha SP 803, que faz o trajeto entre Bangu e Sulacap, será estendida até Campo Grande. (Veja o esquema abaixo)
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Nesta manhã, há filas para embarcar na estação, mas, segundo passageiros, o fluxo está melhor do que nos demais dias. Isso, apontam, seria devido ao reforço no número de ônibus. Segundo a secretaria, há também reforço do serviço “diretão” entre Mato Alto e Alvorada, com operadores na estação para orientação.
A secretária municipal de Transportes, Maina Celidonio, prevê que em 15 dias a estação expressa do BRT Mato Alto já esteja recuperada e operando normalmente. A solução, porém, ainda não é definitiva porque a prefeitura pretende transformar o espaço em um novo terminal rodoviário, como parte do projeto para recuperar o corredor Transoeste. Por dia, a estação recebe 9 mil passageiros entre pagantes e gratuidade. A média diária de usuários é de 230 mil pessoas nos corredores do sistema.
A técnica de enfermagem Silvana Marcelo, de 51 anos, é uma das centenas de passageiras do sistema BRT. Hoje, sabendo do incêndio da estação, ao fazer o rotineiro trajeto do trabalho, no Humaitá, Zona Sul do Rio, para casa, em Pedra de Guaratiba, por volta das 7h da manhã, optou por não tentar a sorte em um dos articulados. O plano de contingência, mesmo que temporário, no entanto, pode aliviar o percurso que leva mais de duas horas tanto na ida como na volta do emprego.
— Uso o BRT para o trabalho, em dias alternados. Eu trabalho no Humaitá. Pego um ônibus ou van de Pedra de Guaratiba para o BRT, na estação Mato Alto sigo até a Alvorada e lá pego mais um ônibus. No início do BRT era bem tranquilo, tinha bastante ônibus, não ficava tanto tempo aguardando na estação, tinha os televisores, sabia quanto tempo ia demorar. Desde a pandemia, piorou. Teve uma diminuição na circulação pelo número de pessoas nas ruas, mas as pessoas voltaram a andar e não aumentou a quantidade de ônibus. Tem acidentes, incêndio como esse, e vai ficando ainda menor. Agora temos um ônibus direto, e infelizmente não vai ser fixo, porque nos ajudaria bastante.
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Confira o trajeto dos ônibus da linha SP 803 nesta quinta-feira (7) no plano de contingência:
Ida: Terminal Rodoviário de Campo Grande, Rua Iaçu, Rua Aurélio de Figueiredo, Rua Xavier Marques, Avenida Cesário de Melo, Rua Artur Rios, Avenida Santa Cruz, Rua da Feira, Rua Francisco Real, Avenida de Santa Cruz, Avenida Marechal Fontenelle, Terminal Sulacap.
Volta: Terminal Sulacap, Avenida Marechal Fontenelle, Rua Bernardo de Vasconcelos, Rua Ubatuba, Rua Padre Paulo Correa de Sá, Avenida de Santa Cruz, Avenida Santa Cruz, Rua Artur Rios, Avenida Cesário de Melo, Rua Xavier Marques, Rua Iaçu, Terminal Rodoviário de Campo Grande.
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Investigação
Ainda na noite de ontem, a Mobi-Rio informou que solicitou uma perícia para apurar as causas do incêndio, que começou num ônibus articulado e atingiu o módulo expresso da estação, onde o coletivo estava parado. Não houve vítimas. Em nota, a empresa disse que “a Polícia Civil foi acionada e foi feito o registro de ocorrência com solicitação de perícia para que possa ser esclarecido se foi um incêndio criminoso. Esta semana a polícia concluiu que dois incêndios ocorridos em abril teriam sido causados por ação humana intencional”.
A polícia investiga se esse incêndio foi criminoso. Essa é a segunda vez nesta semana que um articulado pega fogo. O primeiro caso foi na segunda-feira (4), em Santa Cruz, também na Zona Oeste do Rio. A prefeitura aguarda o fim das investigações da polícia.
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O prefeito Eduardo Paes disse não descartar que o incêndio na estação Mato Alto tenha sido criminoso. Ele parte dessa premissa por causa da suspeita a partir de dados periciais dos casos de incêndio que atingiram outros dois articulados.
— A gente não tem provas agora. Mas imagino que possa ter acontecido de novo. Não posso apontar suspeitos. Isso depende de investigação — disse.
Em abril, os incêndios em dois ônibus no dia 11 daquele mês tiveram a causa apontada como criminosa após os veículos passarem por perícia. Um deles pegou fogo no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e um outro no BRT na Avenida Ministro Edgard Romero, em Madureira, na Zona Norte. Não houve feridos nos casos.
De acordo com o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, alguns pontos dos veículos que se mantiveram intactos chamaram a atenção dos peritos. Nas baterias de um deles não havia vestígios de acidente termelétrico. No outro, o tanque de combustível não tinha sinais de vazamento e o terminal de bateria também não apresentava danos. As imagens foram anexadas ao documento, e o laudo comprovou que os incêndios foram causados por “ação humana intencional”.
Fonte: Portal G1