Apesar de autorizado por decreto estadual, o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares da Baixada Fluminense teve baixa adesão. Na Escola Mundo Colorido, em Duque de Caxias, menos da metade dos alunos voltaram. A unidade tem 160 alunos na educação infantil e nos ensinos fundamentais I e II.
— O movimento ainda é pequeno. Tivemos uma média de 10% a 20% de alunos na escola, mas as aulas online continuam da mesma forma. Ocorrem ao vivo para quem não veio. Há uma tendência de aumentar a frequência — acredita o coordenador pedagógico da unidade, Márcio Neves.
Entre os alunos, estava Emanuelle Vianna, de 11 anos, que estuda no 6º ano da unidade. Na turma da estudante, que costuma ter 25 crianças, tinha apenas cinco.
— De qualquer jeito, tenho aula. Entre a casa e a escola, prefiro vir para a escola — afirmou a menina.
Na entrada da escola, alunos têm a temperatura aferida, os calçados são higienizados, álcool gel nas mãos e uso obrigatório de máscara. Apesar disso, o aposentado Adauto Vianna, pai de Emanuelle, disse que preferia esperar o próximo ano para o retorno das aulas presenciais:
— Foi opção dela e da mãe. Mas ela não aguentava mais ficar em casa. Em Caxias, não tem opção de lazer nenhuma e rever os amigos também seria uma opção de lazer.
Em Nilópolis, no Instituto Presbiteriano de Ensino, o retorno será a partir do dia 21 e que haverá divisão de turmas por turnos. A auxiliar financeira da unidade, Rosimar Santos, disse que uma série de mudanças foram feitas na unidade para a volta das aulas presenciais:
— Estamos tomando todas as medidas necessárias. Os pais estão recebendo pelo WhtasApp todo o protocolo de segurança que vamos ter na reabertura.
O corredor principal da entrada da escola foi dividido para separar o fluxo de quem entra e sai. Rosimar ressaltou que, desde o início da pandemia, a escola perdeu 30 alunos:
— Muitos pais trancaram a matrícula, principalmente da educação infantil que ainda não tem previsão para voltar.
Segundo o Sindicato dos Professores da Rede Privada da Baixada Fluminense (Sinpro Baixada), outras quatro unidades reabriram nos municípios de Queimados, Nova Iguaçu e Belford Roxo. O sindicato disse que vai recorrer à Justiça.
— As aulas presenciais só devem voltar quando tiver a vacina. Se um professor ou aluno contrair Covid e vier a óbito, o dono da escola vai responder criminalmente. Sabemos que todos estão passando por dificuldades, patrão, professores, mas estamos brigando por vidas — argumentou Eduardo Monteiro, presidente do Sinpro Baixada.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Duque de Caxias (Sinepe-DC) não soube informar o número de escolas particulares que retomaram as aulas presenciais no município.
A Prefeitura de Duque de Caxias informou que não possui autonomia sobre a abertura das escolas particulares da cidade, apenas acompanha a educação infantil. Em decreto publicado nesta segunda-feira, orientou que as aulas na rede municipal fiquem suspensas até 30 de setembro.
Nova Iguaçu informou que não retornará com as aulas presenciais na rede municipal este ano, e que a escolas particulares poderão seguir o decreto estadual para seu funcionamento.
Em Belford Roxo, as aulas presenciais estão sem previsão de retorno imediato. A Secretaria Municipal de Educação disse que aguarda uma resolução dos órgãos de saúde e decreto da prefeitura “considerando aspectos técnicos e sanitários que possibilitem a volta sem prejuízo à saúde da comunidade escolar”.
A Prefeitura de São João de Meriti informou que ainda não tem previsão de volta às aulas, já que uma decisão judicial de março determina o fechamento das escolas na cidade. O município ressaltou que segue com as aulas suspensas nas redes pública e privada, sem data para retorno.
A Secretaria de Educação de Nilópolis informou que permanece seguindo as orientações do governo estadual.
Fonte: G1
