Ambulantes e donos de quiosques nas praias do Rio lamentam o prejuízo com restrições


As restrições impostas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, para tentar combater o avanço da Covid-19, passam a valer nesta sexta-feira, dia 5. Entre as medidas está a proibição do funcionamento de quiosques, ambulantes e barraqueiros nas praias da cidade, até a próxima quinta-feira, dia 11, em um período inicial de teste. Mas enquanto o decreto não entra em vigor, comerciantes aproveitam esse último dia para faturar e lamentam o prejuízo.

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Gerente de um quiosque de lanches em Copacabana, Zona Sul do Rio, na altura da Avenida Princesa Isabel, Ricardo Gama, de 33 anos, calcula perda de receita de R$ 40 mil com o fechamento do local durante esses seis dias. Ele conta que parte dos produtos será levada para um depósito, onde ficará congelada. Enquanto aguarda, Ricardo torce para que essa determinação não seja prorrogada por mais tempo, o que, para ele, aumentaria as dificuldades.

— Vamos ver se será uma semana só. Da outra vez prometeram isso e durou quase três meses. Não quero nem pensar em ter que ficar tanto tempo fechado de novo. O movimento está aquém do normal, mas vinha melhorando pouco a pouco — conta ele, que aproveita essas últimas horas de funcionamento: — Estamos aqui vendendo o que dá, até umas 16h. Depois vamos fechar, liberar funcionários e ajeitar tudo.

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O chapeiro Vitor Torres, de 20 anos, não esconde a insatisfação por ter que fechar. Após ver o movimento cair cerca de 50% durante a pandemia, ele lamenta o decreto de proibição, apesar de entender o motivo.

— É difícil, já não vínhamos numa realidade favorável. Mas entendo que a pandemia e os números altos da doença forçam as medidas mais restritivas. Lamento porque dependemos da circulação de pessoas nas ruas para faturar, mas vamos fazer o quê? — indaga o funcionário do quiosque.

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Em Copacabana, no quiosque Tony Lanches, o chapeiro Vitor Torres prepara uma refeição horas antes de as novas restrições entrarem em vigor
Em Copacabana, no quiosque Tony Lanches, o chapeiro Vitor Torres prepara uma refeição horas antes de as novas restrições entrarem em vigor Foto: Gabriel de Paiva / O Globo

O ambulante André de Souza, de 32 anos, trabalha como barraqueiro há seis. Ele conta que nunca viveu situação tão difícil como essa da pandemia de Covid-19, quando passou meses com faturamento abaixo de 90% do normal. Agora, com mais esses dias de proibição, ele já pensa nas dificuldades que virão. Nesta sexta-feira, o objetivo foi “faturar ao máximo”.

— Fiz até promoção da água de coco, que é um produto perecível. Passei de R$ 6 para R$ 4. As bebidas industrializadas eu vou guardar em casa e esperar a volta. Até lá a gente dá um jeito de sobreviver — conta ele.

Segundo o decreto da prefeitura do Rio, as medidas têm por objetivo tentar reduzir aglomerações e, também, visando a conter o avanço do Coronavírus.





Fonte: G1