No terceiro dia de debate promovido pelo Estúdio B Central de Entrevistas, na noite desta quarta-feira, com os candidatos à Prefeitura de Belford Roxo, faltaram os dois únicos eleitos no último pleito municipal, em 2016: o vereador Cristiano Santos (PL) e o prefeito Waguinho (MDB). Assim como os governantes de Duque de Caxias e São João de Meriti, que também não compareceram aos encontros, na segunda e na terça-feira, respectivamente, Waguinho alegou que já tinha compromissos marcados. Já Cristiano Santos faltou sem justificar.
O debate teve Assis Freitas (PC do B), Fernando Athaide (PSB), Junior Cruz (PSD) e Neuzinha Jornaleira (PSOL). Muito nervosa, a candidata abriu mão de réplica e tréplica, foi sucinta em sua fala e chegou a “passar” a vez. No entanto, ela destacou em suas propostas a implantação de creche escola e escola integral e o retorno da atuação de cobradores nas linhas municipais. E lembrou que perdeu a banca de jornal onde trabalha no bairro de Areia Branca:
— O prefeito acabou com o cidadão trabalhador em Belford Roxo. Ele tirou minha banca de jornal. Há 56 anos, trabalhava nela na Praça de Areia Branca, e ele acabou com meu emprego.
O encontro foi marcado por um clima tranquilo, exceto quando o tema Emprego e Investimento veio à tona, virando motivo de desentendimento entre Junior Cruz e Fernando Athaide. Tudo começou quando o candidato do PSD perguntou a Athaide como ele geraria empregos no município.
— Quando falamos de implantar novas linhas, trazer transporte alternativo, vamos gerar emprego. Montar parcerias, trazer empresas novas, sentar para conversar com Bayer do Brasil — disse Athaide.
Na réplica, Junior Cruz afirmou que é “muito fácil falar de forma genérica”. E, na tréplica, Athaide pediu que o colega não fosse leviano. Já no tema Meio Ambiente, Athaide perguntou a Cruz qual seria a solução para os crimes ambientais praticados pela prefeitura. Após a resposta, o candidato do PSB repetiu a pergunta, e Cruz provocou:
— Você não entendeu porque talvez eu tenha sido técnico. Vou ser mais genérico. A solução é fiscalização, administração séria sem gastar dinheiro público.
O campus Belford Roxo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) — cuja doação do terreno pela prefeitura foi parar na Justiça — foi citado pelo candidato Assis Freitas. Ele ressaltou que o local vai formar mão de obra para a cidade:
— O prefeito deveria explicar por que tirou todos os direitos dos professores, por que não construiu o Instituto Federal que vai trazer grande desenvolvimento para a cidade. A única forma de a gente ter emprego garantido e mão de obra qualificada é fazer a construção daquele instituto, que é o maior legado da nossa história.
O terreno do campus foi doado pela prefeitura em 2013. A lei municipal que anulava a doação do terreno ao IFRJ foi aprovada no dia 9 de junho, na Câmara Municipal de Belford Roxo. Em julho, a 2ª Vara Federal de Duque de Caxias suspendeu a lei municipal que revogou a doação do terreno.
Já o candidato Fernando Athaide afirmou que pretende criar um projeto com escolas abertas aos fins de semana, oferecendo atividades:
— Aos sábados, oficinas dentro das próprias escolas, chamando Escola Aberta, para trabalhar arte, cultura. Também vamos implantar o passe escolar com bilhete único. Com ele, aluno vai poder pegar qualquer transporte dentro do município para ir a sua escola.
Ressaltando a ligação com o governo federal, Junior Cruz defendeu a ideia de escolas cívico-militares:
— Nós, que temos vínculo maior com o governo federal, acesso e visão de planejamento, aderimos à ideia das escolas cívico-militares.
Fonte: G1