Secretários de Educação de cidades do Rio assinam Carta de Compromisso com a Educação | Norte Fluminense

O I Fórum Regional de Educação, Ciência e Tecnologia, realizado em Campos dos Goytacazes, reuniu secretários de sete cidades das regiões Norte, Noroeste e dos Lagos do Rio nesta semana.

No evento, os representantes das cidades de Campos, Macaé, Italva, São João da Barra, Quissamã, Cardoso Moreira e Búzios, assinaram uma carta de compromisso para a criação de um Fórum Regional permanente para a discussão de estratégias conjuntas para a educação dos municípios.

O documento destaca a “necessidade de pensar o local e o regional com visão do global”, uma forma de trabalharem juntos soluções para uma educação mais eficiente para os estudantes.

O texto diz ainda a importância da educação na formação integral do indivíduo, para que ele possa participar da construção de uma sociedade melhor e mais igualitária.

O Fórum, realizado desde quarta-feira (10), contou com palestras, exposição de práticas digitais, mostra de experiências exitosas, mesas redondas e apresentações culturais.

Além dos representates das Secretarias de Educação dos sete municípios, o evento contou com a participação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), e do Sebrae.

O local do segundo encontro do Fórum Regional ficou definido para o município de Macaé.

Veja a carta na íntegra:

“Nós, Secretários e Secretárias de Educação e vocês todos, como educadores, podemos inaugurar um tempo de maior integração, de trocas, de fortalecimento da educação como política pública, com objetivos e metas que nos sejam comuns e nos aproximem, sem, contudo, anular nossas singularidades.

Enfrentamos esses tempos recentes com barreiras até então inimagináveis e nos vemos diante de um ressurgir de esperanças, de forças, de necessidades e de utopias e a Educação é uma grande força que nos move, enquanto cidadãos educadores, a olhar o presente com visão de futuro.

Este encontro representa para nós, essa retomada e a expectativa de um trabalho mais intenso para o fortalecimento de iniciativas e de projetos, ombro a ombro, e banhados pelos apelos que o mundo de agora nos apresenta.

Precisamos pensar o local e o regional com visão do global e esse é um dos nossos desafios políticos nevrálgicos e, nesse aspecto, pensar a Educação que queremos, tratar as nossas diversidades educacionais, sociais, culturais, espaciais como potencialidades e não como problemas, tornam-se necessários. E se comungamos com os mesmos ideais, os limites oficiais dos municípios se desvanecem em prol dos fortes elos que podemos tecer para até mesmo romper amarras que limitam e empobrecem tantas iniciativas que nos são comuns.

Esta tarefa não é simples, pois revela a decisão de sair muitas vezes do caminho estabelecido e cristalizado. Não é simples, pois exige de nós, educadores, a postura de escuta cada vez mais acentuada e sensível para trabalhar incessantemente.

Poderíamos desfilar uma série de pleitos necessários para esse caminho que sabemos, só se faz na caminhada. A premissa maior que nos move é considerar a Educação na perspectiva da formação integral do indivíduo, para que ele participe na construção de uma sociedade melhor e mais igualitária, e destacamos o papel e a importância da escola pública e das políticas públicas.

Propomos, nesse momento, a criação de um Fórum Regional permanente para fomentar essa discussão, em que linhas norteadoras do trabalho educativo sejam discutidas para serem implementadas. As estratégias de atuação conjunta intermunicipal apresentam-se como uma grande oportunidade para superação de problemas comuns, para o fomento de ações coletivas e colaborativas. As instituições de ensino públicas são os lugares ideais para esses encontros e trocas.

Temos em nossas mãos a geração dos mais jovens, ainda enfrentamos um cenário regional com desigualdades severas, e o agir em conjunto, certamente, suavizaria a luta por mudanças. E isso nos impele a pensar desde os desafios mais abrangentes como “Democratização, emancipação e sustentabilidade” até sua efetivação nas escolas e na diversidade dos currículos. O que, certamente, possibilitará a construção de uma agenda de ações educacionais articuladas no sentido do desenvolvimento regional.

Pode parecer a alguns que estaríamos no campo da utopia. E sonhar faz parte do ser humano. Nesse aspecto, o sonho, a utopia aqui seriam o ponto de partida e não meras fantasias. Acreditamos que toda conquista é sempre uma resposta à ousadia e à perseverança de um sonho acalentado. Cremos na potência benéfica da educação na direção de uma justiça social cada vez maior.

Com o afeto da alegria conjunta, do corpo e da alma, apenas para lembrar Paulo Freire, quando dizia que “O homem não é uma ilha. É comunicação. Logo, há uma estreita relação entre comunhão e busca”. Reafirmamos nosso vínculo de verdade e esperança, abrigado pelo tom melodioso de Renato Russo, quando proclama na música “Mais Uma Vez”:

Nunca deixe que lhe digam:
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos
Nunca vão dar certo.””

Fonte: Portal G1