Polícia tenta identificar agressores de músico em São Fidélis, no RJ | Norte Fluminense


“Os agressores responderão pelos crimes de lesões corporais, injúria e ato obsceno. A vítima foi orientada a procurar a polícia caso encontre algum deles”, disse o delegado da 141ª DP, Carlos Augusto.

Ainda segundo o delegado, as diligências seguem no sentido de identificar e ouvir a versão dos autores.

“Em casos de delitos praticados contra pessoas vulneráveis, como minorias e violência de gênero, a versão da vítima tem especial relevância. Tudo indica que fora agredida em razão de sua opção sexual. Ademais, estava bastante machucada, o que por si só caracteriza o crime de lesão corporal”, explicou o delegado.

Na noite de sexta-feira (18), Guilherme fez um novo desabafo em vídeo.

“Eu aqui me sentindo violado, invadido, exposto. […] Já faz muito tempo que eu tenho me sentido perseguido e hostilizado gratuitamente quando eu tô só fazendo exposição da minha figura na beira do rio, no quintal da minha casa, tranquilamente”, disse o músico.

Músico é agredido por 7 homens e denuncia homofobia: ‘Faço questão de exibir o estado que eu estou’, disse Guilherme em vídeo — Foto: Reprodução/Redes sociais

O músico Guilherme Azevedo, de 31 anos, conhecido como Guiaz – “O ET do Pop”, usou as redes sociais para denunciar agressões que sofreu na última quinta-feira (17) em São Fidélis, no Norte Fluminense.

De acordo com Guilherme, o crime aconteceu quando ele estava na beira de um rio próximo de casa, onde mora há um mês. Local que também é frequentado pelos agressores. Ainda segundo o músico, a perseguição dos sete homens era uma constante em sua rotina.

“Desde que me mudei pra cá, há um mês, vou a um rio que tem aqui perto de casa, para fazer yoga, fumar um cigarro, e todo dia encontro com eles, que sempre ficam fazendo piadinhas, debochando. É um inferno! Eu sempre ignoro, mas ontem (quinta) eu questionei, perguntei porque não me deixam quieto. Não aguentava mais aquilo. E aí eles me cercaram, tentaram me jogar no rio, eu esquivei, mas eles começaram a me bater”, contou Guilherme.

Ainda na quinta-feira, Guilherme fez publicações nas redes sociais para falar sobre o caso.

“Tô fazendo esses stories para falar para vocês que homofobia é crime e não vai passar batido. Faço questão de exibir o estado que eu estou nesse momento, com dedo quebrado, todo machucado, cortado”, disse Guilherme em vídeo.

De acordo com o músico, as agressões só pararam quando uma amiga chegou para socorrê-lo.

“Minha melhor amiga ouviu o barulho e saiu de casa correndo com o bebê no colo para me socorrer. Nessa hora as agressões pararam. Acho que se ela não tivesse aparecido, eu estaria bem pior”.

Guilherme teve dedo e ombro quebrados, além de várias escoriações e um corte na cabeça.

O músico é irmão do jornalista da Globo, André Azevedo, que também utilizou as redes sociais para se manifestar sobre o caso.

“Eu tenho orgulho do meu irmão ser quem ele é e pela coragem que tem. E não vamos parar até que esses vermes sejam punidos […] Por todos os Guilhermes que sofrem diariamente no nosso país, não vamos nos calar. Homofobia é crime e os homofóbicos não passarão impunes”, escreveu André em publicação em uma rede social.

Guilherme é cantor e compositor, completará 32 anos de idade na segunda-feira (21) e tem um filho de um ano e cinco meses.



Fonte: G1