Macaé, 1º ano de governo: prefeito Welberth Rezende fala em entrevista do que já foi feito e próximas ações | Região dos Lagos


O g1 deu início, nesta segunda-feira (17), a uma série de entrevistas com os prefeitos e prefeitas dos 50 municípios da área de cobertura do g1 Região Serrana, Norte Fluminense e Região dos Lagos. Cada prefeito (a) responde a dez perguntas sobre metas alcançadas no primeiro ano de governo, projetos e serviços públicos implementados em diversas áreas que impactam a vida da população, além de ações que ainda precisam ser desenvolvidas nos próximos três anos.

As entrevistas estão sendo publicadas ao longo desta semana. O objetivo do espaço é contribuir para que os moradores acompanhem o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo gestor (a) municipal.

O g1 Região dos Lagos e Norte Fluminense, que cobrem o município de Macaé, publica, nesta terça-feira (18), a entrevista com o prefeito de Macaé Welberth Rezende (Cidadania). Em novembro de 2020, ele foi escolhido por 26.060 eleitores, sendo eleito com 23,93% dos votos.

Confira a entrevista abaixo:

1 – De uma forma geral, em termos percentuais, dentro do que estava estabelecido como meta do primeiro ano de governo, o quanto foi cumprido (em termos percentuais), e quais áreas foram priorizadas? Houve mudanças ou remanejamento em relação às prioridades previstas no Plano de Governo? Se sim, pode explicar quais foram as principais alterações, os motivos e como fica daqui pra frente?

Podemos dizer que a maior parte de nossas promessas de campanha ou já foram cumpridas, ou estão em fase de processo. Tivemos um grande desafio a ser vencido que foi desburocratizar a máquina pública para destravar o desenvolvimento econômico da cidade. Hoje, um alvará que demorava de seis meses a um ano para ser liberado, tem sua liberação em até 45 dias. Além disso, enfrentamos o desafio da pandemia e conseguimos ser a cidade, segundo a UFRJ, com o menor índice de mortalidade do estado, além da cidade com a maior oferta de leitos, tanto de UTI, quanto de enfermaria para o Covid.

Também tivemos o desafio de preparar toda a rede municipal para a retomada segura das aulas, e fizemos um grande esforço para reformar boa parte das 106 escolas municipais.

Como ainda estamos na pandemia, nosso governo priorizou o social, com o maior programa de auxílio do Estado. Foram mais de 100 milhões de reais oferecidos em auxílios ou bolsas para ajudar a população nos momentos mais difíceis da crise econômica provocada pela pandemia.

2 – Especifique, pontualmente, quais foram os principais projetos implementados e/ou melhorias realizadas na área da Saúde neste primeiro ano de governo, como, por exemplo, visando maior conforto e celeridade na marcação de consultas e exames para a população, entre outras soluções buscando a qualidade no atendimento na Atenção Básica, urgência, internações, etc?

Pegamos uma saúde completamente desmobilizada, sobretudo, na atenção básica, com postos de saúde fechados ou sucateados, filas imensas por exames e serviços descontinuados.

Conseguimos, com muito esforço retomar exames e cirurgias eletivos, que estavam parados a quase dois anos no município e comprar equipamentos para agilizar os exames. Reabrimos o centro cirúrgico do Hospital da Serra, inauguramos um novo centro de imagens para exames de endoscopia e colonoscopia, compramos equipamentos de ultrassom e mamografia e reabrimos unidades de saúde importantes, como o Núcleo de Atenção à Mulher da Aroeira, (Nuanc) que foi transformado em UBS.

Além disso, estamos reformando e revitalizando outras unidades, como o ESF das Malvinas e abrindo um novo centro de referência para obesidade e doenças renais no antigo Jorge Caldas.

Macaé tem uma ótima estrutura na Alta Complexidade, como o HPM, as UPAs e unidades de emergência, porém tem negligenciado a atenção básica nos últimos anos. Nosso desafio é ampliar a rede de atenção básica, zerando as filas por exames e procedimentos e exames no município.

3 – Quanto à saúde financeira da cidade, que iniciativas da atual gestão podem ser destacadas? O município tinha ou tem dívida? De quanto? E foi possível saná-la ou reduzi-la com que tipo de ação, caso a cidade se encaixe nesse quadro?

O Município conta com boa saúde financeira, porém, nossa capacidade de investimento foi reduzida por dois fatores: o primeiro é a limitação orçamentária gerada pelo comprometimento de mais de 50% do orçamento com folha de pagamento e o segundo foi a queda da arrecadação própria, provocada sobretudo pela fuga de empresas de nossa cidade nos últimos anos.

Atualmente, estamos retomando o desenvolvimento econômico com a atração de empresas, como a Rede Dòr, por exemplo e grandes cadeias de varejo que estão desembarcando em Macaé. Não há fórmula mágica, para aumentar a arrecadação e os investimentos públicos na cidade é necessário desburocratizar a administração pública, reduzir gastos e atrair empresas. E é justamente isso o que estamos fazendo. Não é a toa que nos tornamos a cidade que mais gera empregos no estado, segundo dados do Caged. Só em 2021 foram criadas mais de 11 mil vagas e a tendência é de crescimento em 2022.

4 – Neste primeiro ano, o município chegou a investir em tecnologia para melhorar o serviço em algumas áreas? Caso sim, pode especificar? Se não, pretende fazer esse tipo de investimento? Onde e qual a previsão?

Como disse antes, pegamos uma administração completamente sucateada em diversas áreas. Já estamos em processo de informatização de diversas áreas. Alguns setores, como o protocolo, a vacinação e o prontuário da saúde já estão informatizados. Nosso desafio para o ano é a implantação do processo eletrônico.

5 – A área da Educação passou por um grande desafio com a suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia. De que forma a Prefeitura conduziu o ensino e monitorou processos de evasão escolar em 2021? Se houve evasão, existe uma estimativa de quantos alunos abandonaram os estudos no ano passado e o que vai ser feito a partir de agora para mudar esse cenário?

Houve sim grande evasão durante a pandemia, mas as equipes da Educação estão trabalhando com a busca ativa dos alunos e programas para reduzir a evasão escolar. Mesmo assim, para 2022 estão previstos a entrada de mais 9 mil alunos em nossa rede de ensino.

6 – Em relação à valorização dos servidores públicos municipais, há ações implementadas ou a serem implementadas nessa área?

Estamos trabalhando para corrigir as várias distorções salarias e as perdas dos últimos anos. Por exemplo, categorias como os Agentes Comunitários de Saúde, Endemias e Auxiliares de Serviços Escolares ganhavam abaixo do piso nacional e já corrigimos isso com leis que enviamos para Câmara.

Agora, para este ano, além do abono de R$ 2 mil concedido a todos os servidores públicos da ativa, vamos voltar a ter reajuste salarial (após 7 anos sem aumento) e continuaremos trabalhando para corrigir todas as injustiças contra o servidor municipal.

7 – Que balanço o município pode fazer quanto às iniciativas nas áreas da Cultura, Meio Ambiente, Transporte público (mobilidade) e Turismo?

Estamos trabalhando para revitalizar todas essas áreas que, até então, estavam negligenciadas. No meio ambiente, por exemplo, diversos aparelhos públicos, como o Parque Municipal do Atalaia estavam abandonados e hoje passam por reforma. Além disso, tivemos que implementar diversas medidas proativas na área de educação ambiental e preservação.

No turismo, encontramos a mesma escrita: um setor praticamente desmobilizado. Conseguimos retomar o diálogo com a área e realizar eventos, como o Fórum Estadual de Turismo que recolocaram Macaé na rota turística estadual. Não foi à toa que Macaé foi a segunda cidade com a maior ocupação de leitos de hotéis no Estado.

Na mobilidade, além de avançarmos no projeto de monitoramento e gestão urbana estamos trabalhando forte para realizar a licitação do transporte público, resolvendo assim o maior motivo de reclamação entre os munícipes.

8 – Há projetos implementados não contemplados nas respostas anteriores que o prefeito (a) gostaria de mencionar?

*O prefeito contemplou as respostas nas demais perguntas.

9 – É possível dizer até cinco principais metas que a Prefeitura pretende alcançar neste o ano de 2022?

1 – Vamos revitalizar a atenção básica e zerar a fila por exames e procedimentos em Macaé

2 – Vamos realizar uma nova licitação para o abastecimento de água, rescindindo o contrato de concessão com a Cedae

3 – Vamos quebrar o contrato com a SIT e realizar nova licitação do transporte

4 – Vamos avançar com obras como a Reforma do Ginásio Poliesportivo, o projeto de macrodrenagem, a reforma do Centro de Convenções e Parque de Exposições e a Estrada de Santa Tereza.

5 – Vamos iniciar um grande projeto de revitalização urbana, recuperando praças, vias públicas, escolas, postos de saúde e prédios da administração pública que estão completamente abandonados.

10 – Existe uma grande causa no município, que, até o final do mandato, a Prefeitura pretende resolver ou, dependendo da complexidade, criar mecanismos que facilitem a resolução? Ou seja, existe um grande desafio ou um “calo no sapato”, de hoje ou que vem se arrastando há muito tempo no município e que não pode mais ser ignorado?

Existe, na verdade, vários calos no sapato que pretendemos tirar. Como disse anteriormente, o problema do abastecimento de água e do transporte são heranças malditas que vamos combater já este ano. Além disso, temos que avançar na valorização dos servidores, na recuperação dos espaços públicos, na recuperação da saúde e na desburocratização da máquina pública. Enfim, temos muito trabalho pela frente e não descansaremos até que a população de Macaé tenha um serviço público à altura do que ela merece.



Fonte: G1