Repórter João Vitor Brum acompanhava as buscas dos bombeiros quando um homem se aproximou iniciando as ofensas, e, posteriormente, partiu para ataque físico. Inter TV, Federação e Sindicato de Jornalistas repudiaram agressões. Fenaj e sindicato de jornalistas emitem nota de repúdio contra agressão de jornalista em Cabo Frio
O jornalista da Inter TV RJ, João Vitor Brum, foi agredido em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, quando fazia a cobertura das buscas por um jovem que se afogou na Lagoa de Araruama, na tarde desta segunda-feira (15).
O repórter explicou ao g1 que já havia conversado com a avó e a tia do jovem desaparecido, e feito imagens do trabalho dos bombeiros, quando foi surpreendido com as agressões.
O profissional disse que, durante a entrevista com os familiares, um homem questionou a presença dele no local, e foi repreendido pelos parentes da vítima, que defenderam o jornalista, alegando que a intenção dele era apenas de ajudar. Com isso, o homem foi embora da orla.
No fim da tarde, a equipe do Corpo de Bombeiros conversou com a família e explicou que as buscas não poderiam ser feitas à noite, seguindo o protocolo da corporação. Neste momento, os familiares conversaram com o jornalista e a mãe do jovem deixou o seu número telefônico, para que os dois mantivessem contato sobre as buscas.
A família do rapaz foi embora e o repórter continuou no local conversando com duas banhistas que testemunharam o incidente e estavam pedindo ajuda para cobrar a presença de salva-vidas no local, que é muito visitado no verão.
Durante a conversa, o mesmo homem que tinha ofendido o jornalista anteriormente voltou à orla, já gritando, e foi em direção ao profissional.
Em imagens feitas pelo próprio repórter é possível ver pessoas tentando evitar a agressão. Mesmo com testemunhas tentando defender o profissional, o homem o agrediu fisicamente e jogou seu equipamento de trabalho na lagoa. Quando tentava pegar o equipamento, o jornalista ainda foi empurrado e caiu na água.
Em imagens feitas pelo próprio repórter é possível ver pessoas tentando evitar a agressão
Reprodução Inter TV RJ
O agressor só parou com o ataque quando foi contido por um dos salva-vidas, que tinha ido embora de moto aquática e voltou ao perceber a confusão. O militar segurou o agressor até que o jornalista conseguisse sair do Parque Ecológico Dormitório das Garças, onde as buscas estavam sendo realizadas.
O caso foi registrado na delegacia de Cabo Frio e o repórter fez o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal da cidade, onde as agressões foram confirmadas pelo perito.
A mãe do jovem que desapareceu esclareceu que o agressor não é da família, sendo apenas um conhecido deles.
O ataque ao jornalista em pleno exercício da profissão foi repudiado pela emissora, por outros veículos jornalísticos e por entidades que representam a imprensa.
Na página do Instagram da Inter TV, o diretor de jornalismo, Rolf Danziger, alertou que não se trata apenas de um ataque ao indivíduo, mas de um atentado à liberdade de imprensa e ao papel vital que possui em uma sociedade democrática.
“Este ato brutal é um alerta para a necessidade de proteção e respeito aos jornalistas, que desempenham um papel fundamental na busca pela verdade e na prestação de informações à comunidade”, disse Rolf Danziger, que também manifestou apoio repórter.
“Nesse momento difícil, expressamos nossa solidariedade ao repórter João Vitor Brum. A Inter TV reafirma seu compromisso com a liberdade de imprensa e continuará a desempenhar seu papel vital na divulgação de informações relevantes à comunidade, superando adversidades como essa com resiliência e determinação”.
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O jornalista João Vitor Brum postou comentário agradecendo o apoio de todos.
“Pessoal, passando aqui para agradecer a todos os colegas, amigos, familiares, e também a todos que nos acompanham, pelas mensagens de apoio. Estou bem!!! Tomando as medidas necessárias para que nossa profissão não siga sofrendo tantas agressões, não apenas físicas. O foco sempre no jornalismo e que assim continue. Meu respeito total à família do jovem desaparecido, que não teve nada a ver com essa situação e foi, do início ao fim, extremamente educada e receptiva comigo, mesmo em um momento tão difícil para eles. Nossa intenção sempre será de ajudar. Abraço e obrigado a todos, assim que possível, respondo com calma um por um. 🙏🏻❤️”
Fenaj e Sindicato dos Jornalistas se manifestam
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPRJ) também expressaram repúdio ao ataque sofrido pelo repórter em nota emitida nesta terça-feira (16).
“Este ato leviano e covarde contra o jornalista João Vitor vai contra os princípios constitucionais da liberdade de imprensa, da apuração dos fatos e a responsabilidade de levar a melhor informação para a sociedade. Atos como este atentam contra a democracia. Neste sentido, os Sindicatos e a FENAJ repudiam a violência sofrida pelo profissional, se solidarizam com o jornalista agredido e solicitam que os órgãos de segurança do município tomem as providências legais contra o agressor”, diz trecho da nota.
As entidades lembraram ainda que, em 2022, foram registrados 376 casos de agressões a jornalistas e veículos de comunicação no Brasil, sendo, praticamente, um caso por dia.
G1 Norte Fluminense
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