A motivação do crime, segundo depoimento do pai à polícia, teria sido porque o bebê não parava de chorar. Os pais foram presos no mesmo dia em que o recém-nascido deu entrada no hospital. O pai vai responder por agressão e a mãe por omissão.
Dominick chegou a ficar em estado grave, intubado, mas conseguiu se recuperar após 2 meses.
Dominick recebeu alta e foi recebido com amor pelos avós e pelos tios — Foto: Reprodução/Inter TV
O tio do bebê, Agnaldo Rangel, acompanhou a recuperação de Dominick e mantinha todos informados pelas redes sociais depois que o caso ganhou repercussão. Os familiares contam que a notícia da agressão chegou para eles com um misto de espanto e revolta.
“Chegando no hospital encontrei com ele na maca, dentro da ambulância gemendo muito. Aí eu fui entender a situação. Os pais estavam na delegacia e ele tava indo pra Campos porque já tava com muitas lesões, mordidas, afundamento de crânio”, disse Agnaldo.
Agnaldo, tio de Dominick, compartilhava recuperação do bebê nas redes sociais
A cada nova conquista na luta do bebê pela vida, Agnaldo publicava uma mensagem nas redes sociais. Com a repercussão do caso, uma corrente do bem se formou pela recuperação do Dominick.
“O possível a gente faz. O impossível é só com Deus mesmo. Eu comecei a pedir orações na redes sociais e as pessoas abraçaram a causa, começaram a mandar mensagem falando que estavam orando junto. Eram pessoas de igrejas, de outras cidades e até de outros países. Aquilo me deu um força tão grande que eu me vi na gratidão de dar o retorno pra eles todos os dias falando como ele (bebê) estava”, contou o tio.
Violência deixou sequelas
Enquanto lutava pela vida, Dominick passou por várias cirurgias e chegou a perder um dos rins. Foram 68 dias no hospital, 55 deles na UTI. Depois de tanta angústia e espera da família, o bebê voltou para casa e vai ficar sob os cuidados dos avós e dos tios.
Uma das tias disse que está entrando na fila para conseguir a guarda da criança.
“O Conselho Tutelar conversou comigo e eu falei que queria ficar com a guarda dele. Eu já estou com um advogado pra ver esse processo certinho. A minha esperança é que eu vou ficar com ele”, disse a tia Jaesia de Souza, que é técnica de enfermagem.
Técnica em enfermagem e tio de Dominick, Jaesa tenta conseguir na Justiça a guarda do bebê — Foto: Reprodução/Inter TV
Mesmo em casa, Dominick ainda vai precisar passar por um longo processo de recuperação. Apesar de ter quatro meses, ele tem peso equivalente ao de um recém-nascido. Além disso, ele vai passar por sessões de fisioterapia.
A família também vai ter trabalho para evitar que a violência atrapalhe o desenvolvimento do bebê. A psicóloga Edjani Antunes diz que é importante a partir de agora fazer com que a criança se sinta acolhida.
“Uma criança que passou por uma situação dessa precisa de carinho, de atenção, de contato físico. Isso é importante pra todos. Mas é preciso ter também o cuidado pra que não haja a superproteção. Com a superproteção a gente sufoca e impede o prorprio desenvolvimento da criança”, disse a psicóloga.
No que depender da família, Dominick não vai sofrer nunca mais.
“Eu espero que seja só felicidade. Eu sei que a vida tem problemas pra gente resolver, mas que ele tenha muita felicidade e que consiga digerir tudo isso e que transforme isso em coisas boas pra ele”, deseja o tio Agnaldo.
“Na vida dele nós vamos dar muito amor e carinho que ele não teve, mas vai ter com a gente”, completa a tia Jaesia.
Fonte: G1