Vitórias de times do Brasil na Copa de Clubes não foram históricas – 12/07/2025 – Tostão


Se o PSG ganhar o título mundial de clubes, o que é provável, as coisas estarão no lugar certo. O time francês, que tinha goleado a Inter de Milão por 5 a 0 na final da Liga dos Campeões, venceu na atual competição o Atlético e o Real Madrid por 4 a 0.

Com exceção do Fluminense, que foi melhor do que se esperava, as atuações e resultados dos brasileiros foram de acordo com o que era previsto. Os melhores times do Brasil estão no nível das equipes medianas da Europa, e estas, de vez em quando, ganham das principais equipes europeias. As vitórias do Botafogo sobre o PSG, do Fluminense sobre a Inter de Milão e do Flamengo sobre o Chelsea não foram extraordinárias, históricas, como adoram dizer.

As grandes equipes da Europa possuem condições financeiras e estruturas profissionais superiores às das equipes brasileiras. Com isso, contratam os melhores jogadores da América do Sul e dos outros continentes. São também mais bem administradas. Assim como os vários governos brasileiros não resolvem os graves problemas do país, como a criminalidade, a insegurança pública, a falta de saneamento básico e dezenas de outras situações, os dirigentes de futebol não resolvem os crônicos problemas do calendário, dos gramados, das arbitragens e tantos outros.

A goleada por 4 a 0 do PSG sobre o Real Madrid ocorreu por causa da superioridade da equipe francesa, da péssima formação tática feita pelo técnico Xabi Alonso e das falhas bisonhas dos zagueiros do Real.

Xabi Alonso enfraqueceu o meio-campo com a escalação de mais um atacante e deixou os corredores pelos lados livres para avançarem os excelentes laterais do PSG. O trio de meio-campistas do PSG tomou conta da bola e do jogo. Os três marcam, constroem e atacam. Se o português Vitinha tivesse sido formado no Brasil, certamente o teriam colocado na ponta direita, por ser hábil, rápido e sair com facilidade da marcação.

O futebol brasileiro continua refém dos dois volantes em linha, camisas 5 e 8, do meia ofensivo centralizado, camisa 10, que pisa na área, como gostam de dizer, e do centroavante fixo, camisa 9.

Na final, se o Chelsea não preencher mais o meio-campo, já que atua com apenas dois no setor, os excelentes Enzo Fernández e Caicedo, terá muitos problemas. Palmer é ótimo meia-atacante, da intermediária para o gol. Não é um meio-campista.

Em um jogo decisivo, podem ocorrer inúmeros detalhes, fatores imprevisíveis e emocionais que mudam a história de uma partida. A ansiedade, até certos limites, é benéfica ao atleta, pois aumenta a concentração e a força física. Porém, se é excessiva, inibe as decisões e a movimentação. O corpo é a sombra da alma.

A preparação emocional dos atletas, em todos os esportes, precisa ser mais valorizada, ainda mais no futebol masculino, influenciado por pensamentos machistas de que o nervosismo em campo é uma marca dos derrotados.

Como não são transmitidas pelas estatísticas, as emoções são ignoradas, como se não existissem. As estatísticas são importantes, mas há uma exagerada valorização, mesmo quando elas são inexpressivas. As estatísticas são um refúgio dos que não sabem.

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Folha de S.Paulo