Veteranos em plena forma: Thiago Silva e Pepe brilham na Copa do Catar | Placar


DOHA – A idade é só um número? Não funciona assim para todos, mas para os zagueiros Thiago Silva, do Brasil, e Pepe, de Portugal, é o que tem parecido ao longo da Copa do Mundo do Catar. Poucos acreditavam que eles poderiam seguir em alto nível beirando os 40 anos, mas a dupla de defensores vem se destacando na campanha de suas seleções, ambas classificadas às quartas de final.

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Nascido em Maceió (AL), Képler Laveran de Lima Ferreira, o Pepe, construiu uma carreira de enorme êxito na Europa, especialmente no Real Madrid. A fama de violento, que marcou seu início de carreira, foi ficando para trás como atuações decisivas em diversas taças conquistadas.  De volta ao Porto, equipe pela qual despontou, conseguiu se manter em alto nível e seguir como um dos líderes na seleção. Na última terça, 6, Pepe colocou seu nome no livro dos recordes das Copas. 

Aos 39 anos e 283 dias de idade, na goleada por 6 a 1 sobre a Suíça, ele se tornou o jogador mais velho a marcar um gol em uma fase decisiva de Copa do Mundo, superando o camaronês Roger Milla, que tinha 38 anos e 34 dias diante da Colômbia, quando roubou a bola do folclórico goleiro Renpe Higuita, nas oitavas de final da Copa da Itália, em 1990.

“Sou um privilegiado em poder jogar futebol, me sinto muito feliz de todo dia poder acordar e fazer o que mais gosto. Isso [o recorde] só vai ter um grande significado se a gente chegar na final e ganhar”, disse o alagoano, que evitou dizer se gostaria de enfrentar o Brasil na decisão. “Nossa primeira final é contra Marrocos.” Roger Milla, no entanto, segue como jogador mais velho a fazer um gol em Mundiais, pois tinha 42 anos e 39 dias ao balançar as redes contra a Rússia, na primeira fase de 1994, nos EUA.

Ronaldo celebra o segundo gol português marcado por Pepe -
Cristiano Ronaldo celebra o segundo gol português marcado por Pepe – Justin Setterfield/Getty Images
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Thiago Silva também vem sendo fundamental para o Brasil, dentro e fora de campo, na defesa e até no ataque. No triunfo por 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, o zagueiro de rara elegância deu uma assistência na medida para Richarlison. “Foi uma jogada não trabalhada porque não participamos dessas situações em treinamento, mas depois do escanteio eu resolvi ficar no ataque. Até pensei em voltar [para a defesa], porque o Marquinhos já estava lá, mas pensei: ‘ah, vou aproveitar que já estou aqui.’ O passe ficou perfeito, ficou fácil ter encontrado o Richarlison, o domínio dele foi perfeito e a finalização fria, como o Tite vinha pedindo”, afirmou após a partida.

O zagueiro do Chelsea, multicampeão também por Milan e PSG, recebeu pela terceira Copa seguida a braçadeira de capitão, desta vez de forma fixa, e vem assumindo o papel de líder, inclusive em entrevistas, nas quais defende os companheiros mais criticados e também as decisões da comissão técnica. Uma delas, a de ter poupado titulares na derrota para Camarões, o beneficiou especialmente, já que, aos 38 anos, ele voou diante da Coreia. “Entramos com um time descansado fisicamente, e hoje com 90 minutos a menos jogados, vimos a diferença, deu para perceber no gestual do nosso adversário [o cansaço dos coreanos].

Com uma Copa impecável, Thiago Silva, cuja qualidade técnica nunca esteve em questionamento, vem deixando para trás a desconfiança sobre seu papel de liderança. No Mundial de 2014, ficou marcada a cena do capitão aos prantos, antes da decisão por pênaltis nas oitavas de final diante do Chile, denotando um certo descontrole emocional. No início da preparação, o jogador demonstrou incômodo com a lembrança, mas garantiu estar mais maduro.

“Eu sempre estive preparado para todas as situações. É um momento especial, agradeço a confiança da comissão técnica pela capitania. Algumas coisas mudam com o passar do tempo, é natural, hoje sou muito melhor preparado, às vezes não adianta, a gente precisa bater a cara na parede para aprender. Me sinto tranquilo e à vontade aqui dentro, existe um respeito mútuo, e estou aproveitando da melhor forma possível a minha melhor versão aos 38 anos.”

O Brasil enfrentará na quartas de final a Croácia, dia 9, enquanto Portugal mede forças com o Marrocos, no dia seguinte.

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Thiago Silva durante partida contra a Sérvia – Andrej Isakovic/AFP

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