La Bombonera é um dos estádios mais representativos da América do Sul
Quando se fala em futebol, a América do Sul é referência mundial em tradição, paixão e grandes histórias. Nada mais justo, então, do que falar dos estádios mais icônicos do continente, que ajudaram a construir esta trajetória fascinante.
A América do Sul abriga algumas das arenas mais emblemáticas do futebol, onde cada arquibancada carrega décadas de rivalidades, títulos e momentos históricos.
Pensando nisso, o Portal iG preparou uma lista especial com os 10 estádios mais icônicos da América do Sul — excluindo os brasileiros —, destacando a importância de palcos como a mítica La Bombonera, o histórico Estádio Centenário e outros templos onde o futebol respira em cada metro quadrado. Lembrando que a lista não está em ordem de mais ou menos importante.
1. La Bombonera (Buenos Aires, Argentina)
La Bombonera – Boca Juniors
A icônica La Bombonera, estádio que tem como dono o Boca Juniors, é símbolo do futebol argentino. Em 2014, foi declarada de interesse esportivo, turístico e cultural pela Legislatura de Buenos Aires.
Inaugurado em 25 de maio de 1940, o estádio tem o nome oficial de Alberto J. Armando. La Bombonera é em referência a uma caixa de chocolates. O estádio recebeu esse apelido ainda na fase de projeto.
Segundo uma história bastante difundida pelos torcedores, o arquiteto Viktor Sulcic teria ganhado uma caixa de bombons de presente de aniversário de um amigo.
Sulcic passou a levar a caixa para as reuniões de trabalho e, com o tempo, a semelhança entre o formato da embalagem e o desenho do estádio chamou a atenção da equipe de arquitetos. A brincadeira pegou rapidamente e, já na cerimônia de inauguração, o nome La Bombonera era usado de forma oficial pelo clube.
Localizado no tradicional bairro de La Boca, uma área popular ao sul da capital argentina, o estádio tem o formado de “D” devido ao pouco espaço para expansão.
O jogo de inauguração foi entre Boca Juniors e San Lorenzo. Os donos da casa venceram por 2 a 0. Durante toda a temporada de 1940, o Boca Juniors manteve-se invicto em seu novo estádio e conquistou o título argentino daquele ano.
Em anos de existência, a La Bombonera foi o palco de inúmeras partidas inesquecíveis. Entre elas estão a vitória do Santos, de Pelé, pela Libertadores de 1963; a despedida de Diego Maradona, em 2001; o título do Boca Júniors em cima do Palmeiras em 2000; o empate entre os donos da casa e o Corinthians pela Libertadores de 2012, entre muitos outros.
Capacidade: 54.000 torcedores
Inauguração: 1940
2. Monumental de Núñez (Buenos Aires, Argentina)
Monumental de Núñez – River Plate
Maior estádio da América do Sul, o Monumental de Núñez é a casa do River Plate e também palco de momentos históricos, como a conquista da Copa do Mundo de 1978 pela Argentina. Recentemente, passou por uma grande modernização, aumentando sua capacidade e modernizando a estrutura para manter-se como referência no continente.
A casa do River fica localizada em Buenos Aires, na Argentina, próximo ao Rio da Prata. Seu nome oficial é Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti, uma homenagem ao presidente do clube quando foi construído.
A construção do Estádio Monumental de Núñez se iniciou em 1934 e foi concluída em 1938, custando em torno de 4 milhões de dólares, o que, para a época, era um valor bastante elevado.
No começo de sua história, o River Plate foi um clube nômade, jogando em muitos locais. Assim, surgiu a necessidade de construir o Monumental.
O River Plate venceu a partida de estreia do estádio diante do Peñarol, por 3 a 1.
Além da Copa do Mundo, o Monumental de Núñez já foi palco de vários jogos históricos, incluindo finais de Copa Libertadores e decisões de Recopa Sul-Americana. Recentemente, o Brasil perdeu para a Argentina por 4 a 1 no estádio.
A arena também traz boas recordações para os torcedores do Botafogo, que conquistou o título inédito da Libertadores, em 2024, no local.
Capacidade: 84.000 torcedores
Inauguração: 1938
3. Estádio Centenário (Montevidéu, Uruguai)
Estádio Centenário
Construído especialmente para sediar a primeira Copa do Mundo da história, em 1930, o Centenário é muito mais que um estádio: é um patrimônio cultural do futebol. Reconhecido pela FIFA como Monumento Histórico do Futebol Mundial, a arena continua sendo o principal palco do futebol uruguaio e de finais continentais.
Na inauguração, em 1930, o Uruguai derrotou o Peru por 1 a 0 na estreia da Copa do Mundo. O Centenário recebeu 10 das 18 partidas daquela edição. Além disso, foi o local da primeira final de um Mundial de seleções, que terminou com o título dos donos da casa em cima da Argentina por 4 a 2.
Capacidade: 60.235 torcedores
Inauguração: 1930
4. Estádio Nacional (Santiago, Chile)
Estádio Nacional do Chile
O Estádio Nacional do Chile é carregado de significados, tanto esportivos quanto políticos. Além de já ter recebido jogos de competições importantes, como Copa América e Eliminatórias, também foi palco de eventos tristes durante a ditadura militar.
Projetado pelo arquiteto austríaco Karl Brunner, o Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos foi construído entre 1937 e 1938. Sua inauguração ocorreu em 3 de dezembro de 1938, em uma cerimônia conduzida pelo então presidente Arturo Alessandri Palma. O projeto arquitetônico teve como principal inspiração o Estádio Olímpico de Berlim, palco dos Jogos Olímpicos de 1936.
Em 2023, passou por uma ampla reforma para os Jogos Pan-Americanos, modernizando suas arquibancadas e estrutura interna.
Entre 12 de setembro e 9 de novembro de 1973, logo após o golpe militar que derrubou Salvador Allende, o Estádio Nacional do Chile foi transformado em um centro de detenção pelo regime de Augusto Pinochet. No local, os prisioneiros eram separados por gênero e confinados em seis camarotes. Estima-se que cerca de 40 mil pessoas passaram pelo estádio nesse período, sendo a maioria posteriormente transferida para o Campo de Prisioneiros de Chacabuco. Muitos detidos foram submetidos a torturas e o local também foi palco de assassinatos.
O estádio traz boas recordações para os brasileiros. Em 1962, o time canarinho, comandado por Mané Garrincha, conquistou o bicampeonato mundial no local.
Capacidade: 48.665 torcedores
Inauguração: 1938
5. Estádio Atanasio Girardot (Medellín, Colômbia)
Estádio Atanasio Girardot
Localizado no coração de Medellín, o Atanasio Girardot é um dos centros esportivos mais importantes da Colômbia. É casa dos dois maiores clubes da cidade, Atlético Nacional e Independiente Medellín, e foi modernizado para receber jogos da Copa do Mundo Sub-20 em 2011, fortalecendo ainda mais sua tradição
Inaugurado em 19 de março de 1953, o estádio integra o principal complexo esportivo de Medellín e recebe tanto eventos esportivos quanto culturais. Na inauguração, foi realizado um torneio internacional vencido pelo Deportivo Cali, com participação de clubes como Fluminense, Alianza Lima e Atlético Nacional.
O estádio também foi uma das sedes da Copa América de 2001, conquistada pela Colômbia.
Seu nome homenageia Atanasio Girardot, herói das lutas de independência da Colômbia e da Venezuela. Em 2016, o local recebeu uma emocionante homenagem às vítimas do acidente aéreo que envolveu a equipe da Chapecoense, reunindo cerca de 40 mil pessoas.
Capacidade: 40.043 torcedores
Inauguração: 1953
6. Estádio Rodrigo Paz Delgado (Casa Blanca) – Quito, Equador
Estádio Casa Blanca
Conhecido como Casa Blanca, o Estádio Rodrigo Paz Delgado é símbolo da ascensão do futebol equatoriano. Financiado inteiramente pela LDU, o local foi palco do primeiro jogo da final da Libertadores de 2008, quando o time da casa empatou com o Fluminense. No jogo da volta, a equipe equatoriana venceu nos pênaltis os cariocas.
O projeto do estádio teve início em 1995 e sua inauguração ocorreu em 6 de março de 1997, com um amistoso entre a LDU e o Atlético Mineiro, vencido pelos donos da casa por 3 a 1.
As obras do estádio custaram 16 milhões de dólares (valores da época). O local está a 2.850 metros acima do nível do mar.
Capacidade: 41.575 torcedores
Inauguração: 1997
7. Estádio Defensores del Chaco (Assunção, Paraguai)
Estádio Defensores del Chaco
Principal e histórico estádio do Paraguai, o Defensores del Chaco é palco de jogos da seleção nacional e dos clássicos entre Olimpia e Cerro Porteño.
O estádio começou a ser construído em 1916, depois que o então presidente Eduardo Schaerer doou um terreno para a recém-criada Liga Paraguaia de Futebol. O local foi inaugurado em 4 de novembro de 1917 com o nome de Estadio de La Liga.
Ao longo de sua história, o estádio passou por várias mudanças. Em 1924, chegou a ser chamado de Estadio do Uruguai, em homenagem ao título olímpico da seleção uruguaia. Anos depois, em 1956, foi reformado e rebatizado como Estadio de Puerto Sajonia, em referência ao bairro onde está localizado. Durante as décadas de 1950 e 1960, passou por sucessivas ampliações para aumentar sua capacidade, além de receber competições universitárias tradicionais.
O sistema de iluminação foi instalado em 1968, e, em 1974, o estádio ganhou seu nome atual — Defensores del Chaco — como homenagem aos soldados paraguaios que lutaram na Guerra do Chaco contra a Bolívia. Inclusive, durante o conflito, o local foi utilizado como base militar. Parte da estrutura foi danificada em 1935 e só foi restaurada em 1939.
O Defensores del Chaco passou por reformas em 1998 para receber partidas da Copa América de 1999 e das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. As adaptações exigidas pela FIFA reduziram sua capacidade de 50 mil para 42.354 torcedores, e o campo passou a ser cercado por alambrado.
Em 1999, o estádio também foi palco de um momento tenso da história paraguaia, durante o chamado “Marzo Paraguayo”, período de protestos após o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña. Em meio à crise política, o Defensores recebeu uma partida entre Olimpia e Corinthians pela Libertadores, marcada pela ausência de público — apenas cerca de cinco mil pessoas compareceram — e um apagão no intervalo.
Em 2010, o estádio voltou a ser cenário de um momento marcante: cerca de 20 mil torcedores se reuniram nas arquibancadas em vigília para apoiar Salvador Cabañas, ídolo paraguaio, que estava internado em estado grave após ser baleado na cabeça no México.
Capacidade: 42.000 torcedores
Inauguração: 1917
8. Estádio Hernando Siles (La Paz, Bolívia)
Estádio Hernando Siles
Situado a 3.637 metros acima do nível do mar, o Hernando Siles é um dos estádios mais desafiadores do planeta para as equipes visitantes. Sua altitude extrema é um dos maiores trunfos da seleção boliviana nas Eliminatórias Sul-Americanas.
O local já recebeu torneios importantes, como o Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1963 e a Copa América de 1997, e foi palco da primeira derrota do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1993. A seleção brasileira foi derrotada por 2 a 0 contra a Bolívia. Taffarel ainda defendeu um pênalti de Sánchez.
Capacidade: 41.143 torcedores
Inauguração: 1930
9. Estádio Alejandro Villanueva (Matute) – Lima, Peru
Estádio Alejandro Villanueva
O Estádio Alejandro Villanueva, também chamado de Matute, é a casa do tradicional Alianza Lima. Conhecido pela paixão de sua torcida, o estádio é um dos principais símbolos do futebol peruano e leva o nome de um dos maiores ídolos do clube.
O estádio é uma das principais casas da seleção peruana e tem o formato de “caldeirão”. Atrás dos gols, não tem cadeiras, para ser uma alternativa para a torcida organizada e ingressos mais acessíveis ao torcedor do Alianza.
O local também recebe o nome de Matute por conta do bairro onde está, em Lima. O estádio já recebeu grandes jogadores em seu gramado, entre eles, Pelé e Maradona. Outro jogador que desfilou pelo Alejandro foi Paolo Guerrero, ídolo no Peru.
Capacidade: 33.938 torcedores
Inauguração: 1974
10. Estádio Olímpico Atahualpa (Quito, Equador)
Estádio Olímpico Atahualpa
O Atahualpa é um dos estádios históricos do Equador, sendo cenário da primeira classificação da seleção equatoriana para uma Copa do Mundo, em 2002. Apesar dos planos para uma futura substituição, o estádio ainda é sinônimo de grandes emoções para os torcedores locais.
O local fica a 2.783 metros de altitude, foi inaugurado em 25 de novembro de 1951 e hoje comporta 35.742 torcedores. Administrado pela Concentração Esportiva de Pichincha, o estádio já foi o maior do Equador até a inauguração do Monumental de Guayaquil, em 1987. Além do futebol, abriga competições de atletismo e grandes eventos culturais.
O Atahualpa é casa da Seleção Equatoriana de Futebol Feminino e de clubes como El Nacional, Universidad Católica e Cumbayá Fútbol Club, entre outros.
A construção do estádio começou em maio de 1948, liderada pela prefeitura da cidade e pela empresa Menatlas Quito, envolvendo cerca de 300 trabalhadores. Após três anos de obras, o estádio foi inaugurado em 25 de novembro de 1951, inicialmente sob o nome “Estádio Olímpico Municipal El Batán”.
Em 1963, o estádio foi rebatizado como “Estádio Olímpico Atahualpa”, homenageando a figura histórica indígena. Com o tempo, o local passou por diversas melhorias: em 1969, recebeu torres de iluminação; em 1977, foi ampliado; e em 1985, ganhou um moderno placar eletrônico.
Capacidade: 35.742 torcedores
Inauguração: 1951
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