‘Tudo o que fiz foi de mais, não de menos’, diz médico de Maradona após acusações


O neurologista passou a ser investigado por homicídio culposo depois que as filhas de Maradona demonstraram descontentamento com o tratamento do ex-jogador

EFE/Enrique Garcia MedinaMembros do Departamento de Investigações (DDI) da Polícia Argentina durante buscas na clínica do neurologista Leopoldo Luque em Buenos Aires

Após ser incluído em investigação por homicídio culposo relacionado à morte de Diego Maradona, foram realizadas buscas no consultório e na residência do médico particular Leopoldo Luque. De acordo a imprensa argentina, a medida não envolve um pedido de ação ou medida restritiva de liberdade, mas sim uma notificação da abertura de inquérito sobre a eventual prática do crime. O neurologista se defendeu das acusações e disse aos repórteres que entregou aos investigadores todos os registros do tratamento aplicado a Maradona, bem como computadores, discos rígidos e telefones celulares. Chorando, ele insistiu que não teve culpa na morte do astro argentino, que morreu na quarta-feira após sofrer uma parada cardiorrespiratória. “Eu sei o que eu fiz. Eu sei como fiz isso. Tenho certeza absoluta de que o que eu fiz o melhor por Diego, o melhor que pude”, afirmou o neurologista, que assegurou que não era o médico-chefe, mas parte da equipe médica que cuidou de Maradona. “Não há erro médico, nem há julgamento. Maradona teve um ataque cardíaco. É a coisa mais comum no mundo morrer assim. É um fato que pode acontecer. Sempre foi feito todo o possível para diminuir esse risco, mas não dá para bloqueá-lo”, acrescentou.

Luque disse que o ídolo argentino era um paciente difícil e havia expulsado o médico de sua casa várias vezes. “Diego fez o que queria. Ele precisava de ajuda. Não havia maneira de chegar até ele. Ele me mandava embora, e depois eu voltava. Tudo o que fiz foi de mais, não de menos”, salientou o médico. Maradona havia sofrido uma série de problemas de saúde, alguns devido a excessos de drogas e álcool. Ele teria estado à beira da morte duas vezes, em 2000 e 2004. A medida da justiça argentina tem como base os depoimentos de Dalma, Gianinna e Jana, filhas de Maradona, que demonstraram descontentamento com o tratamento que foi prestado na casa do ex-jogador em Tigre, na região da Grande Buenos Aires. Como parte das “tarefas investigativas”, considerou-se necessário “solicitar buscas na casa e no consultório do médico Leopoldo Luque”, disse em comunicado o procurador-geral de San Isidro, em Buenos Aires. “Uma contínua investigação e apuração de provas, com alguns testemunhos, inclusive parentes diretos”, seguiu a nota. Luque se mostrou conformado com a investigação, mas reforçou que fez de tudo por Maradona. “O que fiz pelo Diego até a última fase legal, posso mostrar. Ainda não estou informado sobre as acusações. Vieram de um jeito que ninguém esperava. Isso depois de trabalhar como fiz para o Diego. Abrimos as portas e demos a eles todas as informações de que precisavam”, ressaltou.

* Com Estadão Conteúdo





Fonte: Jovem Pan