O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou no domingo (20) interferir em um acordo para construir um novo estádio de futebol americano em Washington, D.C., a menos que o time local da NFL, agora conhecido como Commanders, mude seu nome de volta para Redskins.
O time de futebol americano abandonou o nome Redskins em 2020 após décadas de críticas de que era um insulto racial.
Trump já havia pedido o retorno ao nome Redskins —e para que o time de beisebol Cleveland Guardians adotasse novamente o nome Indians— em outras ocasiões, mas no domingo ele acrescentou que pode tomar medidas oficiais.
“Posso impor uma restrição a eles de que, se não mudarem o nome de volta para o original ‘Washington Redskins’ e se livrarem do ridículo apelido ‘Washington Commanders’, não farei um acordo para que construam um estádio em Washington”, disse Trump em uma publicação em sua plataforma Truth Social.
O time saiu de Washington para o subúrbio de Landover, Maryland, em 1997, mas no início deste ano chegou a um acordo com o governo local do Distrito de Columbia para retornar à cidade com um novo estádio previsto para ser inaugurado em 2030.
Trump tem autoridade limitada para intervir sob a atual lei de autonomia que rege a supervisão federal do Distrito de Columbia, mas ele levantou a possibilidade de assumir mais controle, dizendo a repórteres em fevereiro: “Acho que deveríamos assumir o controle de Washington, D.C.”
Representantes dos Commanders não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Alguns torcedores têm defendido a readoção do nome Redskins por tradição, mas importantes organizações de direitos indígenas se opuseram ao nome, incluindo o Congresso Nacional de Índios Americanos, a Associação de Assuntos Indígenas Americanos e a Cultural Survival.
Pelo menos um grupo, a Associação de Guardiões Nativos Americanos, apoiou o nome Redskins e o “uso respeitoso de nomes e imagens de nativos americanos nos esportes, educação e vida pública”.
O tratamento da população indígena após a chegada dos colonizadores europeus aos Estados Unidos continua sendo um assunto de intenso debate. Alguns historiadores o descrevem como genocídio, enquanto outros preferem o termo limpeza étnica.
Folha de S.Paulo