Tite se esquiva de polêmicas na seleção, mas diz: ‘Não sou hipócrita e não sou alienado’


O técnico da Canarinho também preferiu não comentar sobre se estava pensando em deixar o cargo durante a pressão sofrida pelos apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido)

EFE/EPA/Lucas Figueiredo Tite cumprimenta funcionários da CBF em treinamento da seleção brasileira

Tite concedeu entrevista coletiva logo após a vitória da seleção brasileira por 2 a 0 diante do Paraguai, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, em confronto válido pela oitava rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2022. Perguntado sobre as polêmicas que cercaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), como o afastamento do presidente Rogério Caboclo e a questionável decisão do Brasil realizar a Copa América em meio ao agravamento da pandemia, o treinador se esquivou. Além disso, o técnico da Canarinho preferiu não comentar sobre se estava pensando em deixar o cargo durante a pressão sofrida pelos apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido).

“Pensei no trabalho, nas exigências que teria, cada dia, cada momento, quem escalar certo. Consultamos, trabalhamos. Quero fazer um agradecimento especial ao Thomás (Koerich) e ao Bruno (Baquete, ambos analistas de desempenho). Eles passaram dois dias sem almoçar direito, em função de todo o trabalho realizado. “Eu quero aquela imagem, eu quero aquela situação, porque o atleta não pode fazer isso, eu quero cobrar ele, mas também mostrar ali…” Essa construção, que por vezes no bastidor, e, não por nada, mas que a mídia não tem acesso, o quanto é importante na construção do trabalho. Essa é a situação que eu pensei. Peguei minha energia toda e fiquei voltado para isso”, disse Tite. “Não sou hipócrita, não sou alienado e sei que as coisas acontecem. Mas sei dar prioridade. Prioridade é meu trabalho e a dignidade do meu trabalho”, completou.

Logo após a partida, o elenco da seleção brasileira anunciou um manifesto, declarando ser contra a realização da Copa América. Auxiliar de Tite, Cléber Xavier focou em exaltar a campanha do Brasil, que tem 100% das Eliminatórias, com seis vitórias em seis jogos, algo que não era visto desde a preparação para o Mundial de 1970. “A gente quer comemorar um pouquinho os números altíssimos que conseguimos, as seis vitórias, número alcançado em 1969, que podemos ultrapassar em setembro. Em 18 jogos de Eliminatórias, foram 16 vitórias e dois empates (com Tite). Tomamos cinco gols. É a equipe mais efetiva ofensivamente, defensivamente. Mudando nos últimos jogos, uma série de mudanças. A gente quer comemorar um pouquinho isso”, comemorou o companheiro do treinador, que deverá divulgar a lista de relacionados para a Copa América entre hoje a amanhã.





Fonte: Jovem Pan