Timão Bowl – 10/02/2025 – Sandro Macedo


Agora é oficial. Os americanos, que amam estatísticas esportivas, podem cravar esta: todos os times que venceram no estádio do Corinthians foram campeões do Super Bowl. É um estádio pé-quente.

O campeão, no caso, foi o Philadelphia Eagles, que passou por cima do antes favorito Kansas City Chiefs por 40 a 22. Olhando o placar talvez não pareça que o atropelo foi tão grande, mas chegou a ficar 40 a 6 —praticamente um 7 a 1 futebolisticamente falando. Porém, na metade do último quarto, os Eagles tiraram o pé e colocaram até o Pedro Raul deles no time titular.

Sim, é verdade que os Eagles são o Verdão da Philadelphia, e corintiano não é muito chegado a ter ligações carinhosas com times da referida cor. Entretanto, é também a equipe das águias (“eagles”). E águia e gavião são igualmente aves de rapina de grande porte, carnívoras, bicudas e de garras fortes —no time alvinegro, também tem Garro forte.

Este humilde escriba confessa que não viu o jogo de Itaquera deste domingo (9) pois ficou focado no jogo de New Orleans, dos Eagles. Mas deu para ver, na íntegra, o inapelável show dos acréscimos, muito melhor que o show do intervalo, com gols da dupla Depay e Romero e Romero e Depay —Pedro Raul, infelizmente, já havia sido substituído depois de tentar alguns “field goals”, caso contrário certamente estaria envolvido nos lances, talvez com o primeiro abraço na comemoração. O primeiro abraço é muito subestimado.

E quem mais liga o Corinthians ao futebol americano? Ela mesmo, Taylor Swift, namorada de um jogador do Kansas (Travis Kelce) e que ontem foi derrotada. Mas só a proximidade dos dois nomes (Taylor e Corinthians) nos “trend topics” passou aquela energia positiva para o time de Itaquera. Os dois gols do alvinegro na sequência foram tão rápidos quanto um “Shake it Off”.

E logo na próxima quarta-feira (12) já temos mais um duelo no Paulistinha com cara de Super Bowl (ou Super Bowlzinho) dada a importância dos competidores envolvidos. De um lado, o Corinthians, melhor time do torneio com folga e único classificado para a fase final; do outro, o Santos, de Neymar, o Júnior, terceiro melhor time do pior grupo do mesmo campeonato (regulamento é regulamento).

Fosse outro confronto, o Corinthians poderia jogar com o time B ou C, o goleiro poderia ser eu e, claro, Pedro Raul ficaria no comando do ataque. Sendo contra o Santos de Neymar (sim, agora Santos tem sobrenome, chama-se Santos de Neymar), o jogo ganha um caráter emblemático, midiático e acrobático.

Neymar, que está apenas um gol atrás de Pedro Raul na artilharia, já jogou na arena do Corinthians, quando o mundo parecia menos agressivo (só um pouco), na Copa de 2014.

Na ocasião, Ney, praticamente um menino, fez os dois primeiros gols do Brasil na vitória por 3 a 1 contra a Croácia, um deles de pênalti. Hoje em dia não é fácil fazer gol de pênalti no Corinthians, melhor tentar um de bicicleta ou olímpico. De pênalti é difícil.

E no domingo com alguns clássicos, Lil Gabi decidiu o de Minas. Foi bestamente expulso e viu o Cruzeiro, com um a menos, tomar dois gols de Hulk, do Atlético Mineiro. Boa a frase de Lil após o jogo: “(…) Acabou pegando realmente o cotovelo, no VAR a imagem fica bem mais feia do que aconteceu (…)”.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Folha de S.Paulo