O Real Madrid ganhou mais um troféu, e o frágil Pachuca ficou com a honra de ser o segundo melhor time de cinco continentes.
É verdade?
Claro que a segunda parte é mentira.
A tal Copa Intercontinental perdeu o sentido diante da Copa do Mundo de Clubes, a ser disputada no ano que vem, e a prova disso está no fato de que, enquanto um time mexicano disputava o torneio da Fifa no Qatar, no México a final do campeonato nacional era disputado em dois jogos.
Ora, como faria o Pachuca caso tivesse se classificado para a decisão do campeonato doméstico? Escalaria reservas?
Para não enfrentar a questão, o clube de Pachuca de Soto, cidade a 100 quilômetros da capital e com menos de 300 mil habitantes, ficou em 16º lugar no torneio local e viajou para eliminar os campeões brasileiros e sul-americanos, além dos campeões egípcios e africanos.
Com o que teve a suprema honra de servir como coadjuvante dos madridistas, perdeu apenas por 3 a 0 e dignamente.
SEM R
Vinicius Júnior é o primeiro brasileiro a vencer o prêmio da Fifa sem ter o R no início do nome.
Até então haviam sido vencedores os Ronaldos, Romário, Rivaldo e Kaká, único branco e que se chama Ricardo.
Qual a importância disso?
Rigorosamente nenhuma.
É só uma curiosidade.
Importante é ver a candidatura de Ronaldo Fenômeno à presidência da CBF começar em ritmo avassalador, com a Globo, com o STF, com tudo.
ESTÁ NA PLACAR
A revista Placar completará 55 anos no próximo mês de março e ganhou um presente à altura de sua história dirigido por Ricardo Corrêa, que trabalhou nela como office boy, fotógrafo de primeira e diretor de redação: o documentário “Placar, a revista militante“, apresentado no Museu do Futebol na última terça-feira (17).
Noves fora a participação deste que vos escreve, rara leitora e raro leitor, fiquem de olho porque vale a pena vê-lo.
A Placar, mesmo nos tempos em que Veja vendia mais de um milhão de exemplares semanalmente, sempre foi a revista brasileira mais conhecida pelo mundo afora.
Pelo simples motivo de que o Brasil era um país pouco importante no cenário internacional e a Placar tratava do futebol mais vitorioso do Planeta Bola.
Roberto Civita, o dono da Editora Abril que a editava, detestava ter de reconhecer, mas assim se dava.
Quem tiver a felicidade de ver o doc. entenderá por quê.
Nos sombrios tempos da ditadura brasileira, a Placar combateu o bom combate e driblou a censura, pois até os generais de então temiam o ridículo de fiscalizar uma revista de futebol.
Assim, Placar denunciou a Máfia da Loteria Esportiva bancada pela Caixa Econômica Federal, expôs a violência dos porões ao expor a dos gramados e arquibancadas, além de apoiar a Democracia Corinthiana e as Diretas Já.
Sem permitir, combativa que sempre foi, por ter lado sem hipocrisia, a contestação às luzes contra as trevas.
Ou faria sentido, por exemplo, que na Segunda Guerra Mundial, um veículo democrata abrisse espaço para criticar Winston Churchill?
Quem viveu aqueles tempos entenderá do que se trata.
BOAS FESTAS
A coluna entra em férias e promete voltar descansada em 19 de janeiro para enfrentar os cansativos campeonatos estaduais.
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Folha de S.Paulo