Cansamos de dizer que quando um time forte enfrenta um time fraco deve goleá-lo e ponto final.
Exatamente como fez a seleção brasileira contra a sul-coreana, em Seul.
Nono jogo entre ambas, oitava vitória da equipe brasileira, que contabiliza uma única, e deprimente, derrota, acontecida em 1999, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo —quando o nome dele ainda era grafado com W.
Rogério Ceni estava no gol, Cafu, na lateral direita, Juninho Pernambucano, no meio, e Amoroso e Rivaldo, no ataque.
No derradeiro minuto, em falha do lateral esquerdo Felipe, 1 a 0 para os asiáticos.
Na sexta-feira (10) não houve susto.
Aos 13 minutos já estava 1 a 0 para prevalecer a boa apresentação nacional, gol do mais que promissor Estêvão, que viria marcar mais uma vez, assim como Rodrygo marcou duas vezes, e Vinicius Junior fechou o 5 a 0.
Nos últimos três jogos entre as duas seleções o placar agregado ficou em 14 a 2, aí contabilizado o triunfo na Copa do Qatar, por 4 a 1, nas oitavas de final, antes do desastre diante da Croácia.
O primeiro tempo brasileiro pode ser classificado como impecável, sem nenhuma chance para os adversários, agradabilíssima movimentação do quarteto atacante, com jogadas de puro talento, uma delícia.
Até então, olhávamos para os coreanos como time que terminou invicto as eliminatórias asiáticas, com 22 pontos em dez jogos, apenas um ponto a menos que Japão e Irã em seus respectivos grupos, com a vantagem de ser a única seleção invicta.
Mais: em setembro, nas duas datas Fifa, essa chateação, a Coreia do Sul havia empatado com o México e vencido os Estados Unidos na América do Norte.
Infelizmente, o segundo tempo serviu para minimizar a exibição amarela —no caso, os amarelos éramos nós, porque eles jogaram de vermelho (e nosso uniforme jamais será vermelho, não obstante a cor do pau-brasil).
Minimizou porque aos quatro minutos já estava 4 a 0, dois gols frutos de miseráveis saídas de bola dos rivais, uma delas, a do terceiro gol, proporcionada pelo zagueiro Kim Min-jae, do Bayern de Munique.
Então, eles baixaram a guarda de vez e viraram meme, o que, também, justiça se faça, e azedume a escanteio, se minimiza, não invalida a boa impressão, que chegou a ser ótima, deixada pelos compatriotas.
Que ainda deixaram perguntas para Carlo Ancelotti responder.
Onde escalar Raphinha? E se Endrick desabrochar de vez no Real Madrid?
Matheus Cunha é o menos estrelado, maior candidato a ceder o lugar, mas o mais atuante na marcação sob pressão e na ajuda ao meio-campo. E ainda tem Martinelli.
Enfim, o ataque certamente será arma forte na Copa-26.
Quem sabe se Paulo Henrique e Carlos Augusto crescerão até lá para resolver as laterais e se Gerson ressurgirá para fortalecer as opções no meio de campo?
Por mais que apareçam comentários descrentes, dá para fazer um belo omelete com o chef Ancelotti à frente, porque ele tem ingredientes suficientes para levar a seleção à ovação.
Nesta terça-feira, em Tóquio, às 7h30 da matina, pela 15ª vez, Japão e Brasil se encontrarão.
São dois empates e 12 triunfos brasileiros, 37 gols a 5 para o time amarelo —que outra vez, também, no caso, é o nosso.
Seja como for, melhor falar da seleção que da antropofágica briga entre o Flamengo e a Libra.
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Folha de S.Paulo