O São Paulo falhou na tentativa de virar o confronto com a LDU, do Equador, nas quartas de final da Copa Libertadores. Derrotada por 2 a 0 nos 2.850 m de Quito, na semana passada, a equipe tricolor voltou a cometer erros defensivos e ofensivos e foi superada por 1 a 0 no estádio do Morumbi, na noite de quinta-feira (25), em São Paulo.
Nas duas partidas do confronto, foi mais eficiente a formação equatoriana, que já havia eliminado um adversário brasileiro nas oitavas de final, o Botafogo, e enfrentará outro nas semifinais, o Palmeiras. O triunfo foi muito comemorado pelo treinador do time de Quito, o brasileiro Tiago Nunes.
Prevaleceu o clube que soube aproveitar as chances que se apresentaram. No estádio Rodrigo Paz Delgado, no duelo de ida, o São Paulo teve oportunidades claras e ofereceu duas oportunidades claras: perdeu por 2 a 0. No Morumbi, no embate de volta, teve oportunidades claras e ofereceu uma oportunidade clara: perdeu por 1 a 0.
“A gente estava em uma expectativa gigante. Infelizmente, não deu”, afirmou o meia-atacante Lucas, que entrou no fim, voltando de lesão. Participou pouco das quartas de final, mas ofereceu seu retrato. “No primeiro jogo, falhamos duas vezes, eles fizeram dois gols. Hoje, falhamos, fizeram um gol. E nós não conseguimos concluir as oportunidades quer criamos.”
Eram ilustrativas as estatísticas oficiais da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) ao fim do primeiro tempo nesta quinta. Os donos da casa, comandados por Hernán Crespo, tinham ampla superioridade em posse de bola (73% a 27%), escanteios (9 a 0) e finalizações (12 a 1). A estatística mais importante, bolas na rede, apontava 0 a 1.
Em desvantagem após o jogo do Equador, o São Paulo procurou adotar uma estratégia ofensiva, com o atacante Rigoni de ala, buscando abrir a defesa da LDU. A história da noite poderia ter sido diferente se, logo aos nove minutos, em jogada bem tramada pela esquerda, Luciano ou Rigoni tivesse acertado o pé. Luciano parou no goleiro Valle; Rigoni, no travessão.
Pouco depois, após cobrança curta de escanteio e passe rasteiro de Ferreirinha, Luciano falhou na pequena área, sem goleiro. Se era evidente a superioridade tricolor, era necessário também um gol para pôr fogo no confronto. Mas o gol que saiu, aos 41, esfriou as ações e definiu o avanço da formação equatoriana.
O escanteio era a favor do São Paulo. Após a cobrança curta, com uma tentativa de finalização de fora da área e uma de cruzamento bloqueadas, fez-se o contra-ataque. Alzugaray deu um balão para o campo de ataque. A bola estava mais para Bobadilla, mas ele a perdeu para Medina, que saiu na cara de Rafael e marcou.
Enzo Díaz ainda perdeu mais uma boa chance antes do intervalo. Então, Crespo tentou mexer na equipe da casa, colocando um lateral bom em cruzamentos, Maílton, e um atacante com presença de área, Dinenno. Nada funcionou, e a LDU confirmou sua classificação às semifinais, para mais um confronto com um brasileiro.
“É lamentar”, disse Luciano, sob estridentes vaias, em entrevista concedida minutos após o término da partida. Ele lastimava o erro cometido na pequena área, sem goleiro, em instante que poderia ter mudado o confronto. “Na hora em que fui finalizar, a bola quicou, acabei perdendo o gol. Não costuma acontecer comigo, mas Deus quis assim.”
Folha de S.Paulo