São Paulo busca parar “Titanic” e sanear cofres; veja quando


São Paulo busca parar “Titanic” e sanear cofres; veja quando
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São Paulo busca parar “Titanic” e sanear cofres; veja quando

O planejamento financeiro do São Paulo vem sendo alvo de críticas da torcida, principalmente após o clube ver sua dívida crescer em R$ 287,6 milhões de 2023 para 2024, alcançando quase R$ 1 bilhão no total. Diante desse cenário, a diretoria tricolor decidiu recorrer a um modelo alternativo para tentar equilibrar as contas e anunciou uma parceria com um fundo de investimentos.

O acordo firmado com o FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), administrado pela Oufield, empresa especializada em negócios ligados ao esporte, em parceria com a Galápagos, estabelece uma série de restrições em investimentos esportivos e maior rigidez fiscal no clube. Em troca, o fundo busca captar recursos no mercado que serão usados pelo São Paulo para amortizar parte de sua dívida com instituições financeiras.

De acordo com documento divulgado pela gestora na última semana, o Tricolor conseguiu reduzir em cerca de 17% seu endividamento bancário em comparação a 2023. Ao todo, o clube receberá R$ 240 milhões do fundo, sendo que R$ 135 milhões já foram captados. O valor restante, de R$ 105 milhões, será repassado de forma gradual, conforme o São Paulo apresentar novos recebíveis que possam ser antecipados.

Nesta terça-feira (23), em entrevista ao canal do YouTube Arnaldo e Tironi, dos jornalistas Eduardo Tironi e Arnaldo Ribeiro, Pedro Oliveira, sócio-fundador da Oufield, explicou os primeiros passos para sanar essas dívidas com instituições financeiras. Em sua fala, o gestor comparou o São Paulo ao Titanic.

“Esse primeiro ano é mais duro, normal. Tem que ‘estacionar o Titanic’ e começar a dar ré. Estacionar o Titanic é difícil, mas quando você sair dessa inércia e dar ré, a tendência é que as coisas evoluam” , iniciou Pedro Oliveira.

“Estamos vendo os primeiros sinais de melhora. Tivemos um primeiro trimestre de 2025 ainda com déficit, um segundo trimestre com um déficit um pouco menor, já no terceiro aponto um pouco de superávit e no quarto esperamos mais superávit. Para, no final dos 12 meses, a fotografia do primeiro ano ser positiva. Não é um trabalho simples” , finalizou o sócio-fundador da Oufield.

Beber água limpa

Com praticamente um ano, o FIDC começou a operar em outubro do ano passado e busca solucionar parte dos problemas financeiros a curto prazo. Porém, Pedro Oliveira fez questão de frisar que enxerga 2026 como uma fase ainda de redução de custos, para, em 2027, o São Paulo começar a colher os frutos.

“2026 é um ano de transição ainda. Em 2027, como estamos vendo, o clube deve começar a beber essa água limpa” , ressaltou o gestor.

Além disso, ele explicou que a dívida não é a grande vilã de um clube de futebol, mas que a forma como os clubes brasileiros a administraram a transformou em algo prejudicial, e que é possível um time conviver com ela.

“A dívida não necessariamente é um negócio ruim. No futebol brasileiro, ela é a vilã da história, porque os clubes não souberam usar o financiamento de forma responsável dentro das limitações deles. Se conseguirmos alavancar o clube para um momento em que a dívida se torne saudável e não custe tanto dinheiro, isso deixa o clube em um patamar interessante” , comentou Pedro Oliveira.



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