Round 38, as degolas de técnicos do nosso querido futebol – 31/03/2025 – Sandro Macedo


Começa…, ou como diriam os narradores dos jogos no streaming e no YouTube, comééééééççaa mais uma edição do prestigiado Campeonato Brasileiro. E com ele se inicia mais uma temporada do sangrento Round 38, a grande degola de técnicos do nosso querido futebol.

Dos 20 professores devidamente empregados e radiantes na rodada 1, havia 11 brasileiros, mesmo número do ano passado. Além deles, quatro argentinos, como em 2024, e um português a mais, somando cinco em 2025.

Por não ter a envergadura imortal ou a genialidade de Ruy Castro, este escriba não vai listar os 20 nomes, mas falaremos muito de todos os coleguinhas ao longo das 38 rodadas.

Duas considerações: 1) Vamos incluir o míster Leonardo Jardim, nascido na Venezuela, como português (foi criado e fez carreira com os amigos lusos); 2) No ano passado, a conta tinha 19 nomes, já que o Cuiabá começara aquele campeonato sabiamente com um interino e agora está interinamente na Série B. Plano perfeito.

E por que usei o verbo no passado ao fazer referência aos 11 professores brasileiros no início do texto? Porque não são mais 11.

Como naqueles filmes em que matam o amigo do mocinho antes mesmo dos créditos iniciais, já perdemos nosso primeiro herói quando o round 1 ainda estava em andamento: Mano Menezes, que descobriu que ninguém é mano de ninguém no Fluminense, não está mais entre nós. Foi degolado após derrota para o Fortaleza no Castelão —que a moda não pegue, ou serão muitos a perderem a cabeça por lá. Ficaremos apenas com a lembrança das belas tatuagens de Mano (que eu nem vi).

Com a degola prévia de Mano, temos 19 sobreviventes: Brasileiros 10 x 9 Estrangeiros.

Na temporada 2024, tivemos uma incrível marca de seis sobreviventes, que ficaram em seus clubes nas 38 rodadas: três brasileiros (Rogério Ceni, Renato Gaúcho e Cláudio Tencati) e três gringos (Artur Jorge, Abel Ferreira e Juan Pablo Vojvoda). Também tivemos o treinador-asterisco Roger Machado, presente do início ao fim, mas por dois times diferentes.

Do grupo acima, três rostinhos continuam no mesmo lugar na edição 2025: Abel (Palmeiras), Vojvoda (Fortaleza) e Ceni (Bahia) —e Roger permanece no Inter.

Observando o comportamento das torcidas com alguns professores e aquele humor visceral nas entrevistas pós-jogos, não prevejo tantos sobreviventes em 2025 —apostaria em três, no máximo. A guilhotina vai trabalhar.

Até porque a lista do Linkedin deste ano de quem está à espera de uma vaga está robusta. Tem gente com título paulista no currículo (Crespo), craque do futevôlei (Renato Gaúcho) e um grupinho de WhatsApp que que só aumenta de ex-funcionários da CBF (Mano deu permissão para Dorival entrar).

Uma das pseudonotícias mais curiosas do Twitter no domingo dizia que “Jorge Sampaoli aceita ouvir o projeto do Fluminense”; e alguém comentava, “só precisam avisar o Fluminense”.

Este humilde escriba gostaria de sugerir um aplicativo para dirigentes e técnicos nos moldes do Tinder. Sampaoli, no caso, está distribuindo “match” por aí, mas ainda ninguém retribuiu.

Depois de São Paulo 0 x 0 Sport, Luis Zubeldía, o de camisa justa, foi chamado pela torcida pelo nome daquele equídeo que nenhum professor gosta de ouvir, mas a diretoria já disse mais de uma vez que ele está prestigiado.

Batatinha assando 1, 2, 3.

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Folha de S.Paulo