Reuniões com mulheres demoram muito porque elas falam demais, diz responsável pelos Jogos de Tóquio


O presidente do comitê de organização das Olimpíadas e ex-primeiro-ministro do Japão, Yoshiro Mori, disse que o costume é ‘irritante’ e que é preciso regular o tempo de uso da palavra

EFE/EPA/Takashi Aoyama / POOLYoshiro Mori, de 83 anos, já tinha ganhado as manchetes internacionais por outras falas polêmicas no passado

Os organizadores dos Jogos de Tóquio, que já estão enfrentando críticas devido à realização do evento em meio à piora da pandemia do novo coronavírus, se envolveram em mais uma polêmica nesta quarta-feira, 3. O presidente do comitê responsável pela organização das Olimpíadas, Yoshiro Mori, sugeriu durante uma coletiva de imprensa que as mulheres falam mais do que deveriam em reuniões de trabalho. Ao ser questionado por um repórter sobre o plano do Comitê Olímpico de aumentar o número de mulheres no conselho para mais de 40% do total, o ex-primeiro-ministro do Japão respondeu: “Em conselhos com muitas mulheres, as reuniões levam muito tempo”. O jornal local Asahi Shimbun relata que Mori continuou sua fala em meio à risadas, dizendo: “As mulheres têm um forte sentido de competição. Se uma pessoa levanta a mão, outras provavelmente pensam: também preciso dizer algo. É por isso que todas falam. Quando você aumenta o número de executivas mulheres, é preciso regular o tempo de uso da palavra até certo ponto. Elas tem dificuldade em terminar, o que é irritante”. Na sequência, o presidente da organização dos Jogos de Tóquio abriu uma exceção para as mulheres que já estão trabalhando em seu comitê. “Elas tem experiência em arenas internacionais. Por isso que a sua fala é sofisticada, direto ao ponto e elas são muito úteis”, disse.

O ex-primeiro-ministro Yoshiro Mori, que renunciou ao cargo em abril de 2001, possui um histórico de declarações polêmicas. Em janeiro de 2020, ele relembrou a sua primeira campanha eleitoral com uma piada sobre AIDS. “Quando eu estava cumprimentando os agricultores do meu carro, todos eles foram para suas casas. Eu me senti como se tivesse AIDS”, relatou. Antes disso, ele admitiu ter comparecido à festa de casamento do filho de um ex-líder da Yakusa, a máfia japonesa. Mori também disse que os patinadores de gelo Chris Reed e Cathy Reed (filhos de mãe japonesa e pai norte-americano) tinham renunciado à cidadania dos Estados Unidos para competir pelo Japão porque “não eram bons o suficiente para a equipe norte-americana nas Olimpíadas”.





Fonte: Jovem Pan