Primeiras impressões de Ancelotti sobre seus convocados – 31/05/2025 – Tostão


Sem querer olhar a partida com o olhar de Carlo Ancelotti, posso imaginar, deduzir, o que ele, presente no Maracanã, deve ter achado dos seus quatro convocados para a seleção brasileira que atuaram pelo Flamengo na vitória por 1 a 0 sobre o fraquíssimo Deportivo Táchira, da Venezuela, pela Libertadores. Danilo, quinto convocado, reserva, não atuou.

Ancelotti deve ter gostado dos dois zagueiros, Léo Ortiz, convocado, e Léo Pereira, autor do gol da vitória. Os dois, mais uma vez, foram ótimos na marcação e no passe, uma qualidade importante. Léo Pereira, certamente, está na memória do técnico para avaliação em uma futura convocação. O técnico não viu os frequentes e ótimos avanços do lateral direito Wesley, de que tanto falam. Já Alex Sandro, que Ancelotti conhece bem da Juventus, mostrou a sua regularidade e a sua eficiência. Ele, sem muito brilho, joga bem e da mesma maneira contra os mais fortes e os mais fracos.

Ancelotti estava curioso para ver Gerson jogar. Ele, novamente, mostrou sua enorme habilidade e seus dribles para sair da marcação, mas, como sempre, demorou no passe rápido e para a frente, uma virtude importante de um jogador que inicia as jogadas no próprio campo. Penso que Gerson seja melhor como um meia ofensivo, pelo lado ou pelo centro, do que como um meio-campista para atuar de uma intermediária à outra.

Sem querer pensar o pensamento de Ancelotti, ele, presente no estádio, deve ter gostado muito do centroavante Igor Jesus, do Botafogo, na vitória por 1 a 0 sobre a Universidad de Chile, pela Libertadores. Além de se antecipar aos zagueiros nas bolas cruzadas, como no gol, ele se movimenta bastante e participa das jogadas coletivas. É outro que está na memória de Ancelotti.

Espero que o italiano Ancelotti esteja neste domingo (1º) no Mineirão, a convite de seu amigo Toninho Cerezo, para assistir a Cruzeiro x Palmeiras, o jogo mais importante da rodada, entre dois times de origem italiana. O Palmeiras é um time que ganha mais fora do que em casa, e o Cruzeiro é ainda mais forte no Mineirão.

Ancelotti conhece bem o volante Lucas Silva, que, no início de carreira, após grandes atuações, saiu do Cruzeiro para o Real Madrid sob o comando de Ancelotti. Ele, por não mostrar qualidades para jogar em um dos maiores times do mundo, foi emprestado e depois retornou ao Cruzeiro, onde passou um grande tempo sem destaque. Nesta temporada, Lucas Silva renasceu com ótimas atuações.

Leonardo Jardim tem feito algumas mudanças a cada jogo sem diminuir a qualidade. O Cruzeiro tem atuado sem Gabigol ou com ele no lugar de Matheus Pereira ou com os dois mais Kaio Jorge. Nesta formação, Matheus Pereira joga da direita para o centro. Nas três escalações, o time manteve um trio no meio-campo, na marcação e no apoio aos três da frente.

O futebol reflete a vida. Em um jogo, antes de tomar decisões, os treinadores, mesmo os com mais qualidade, são bombardeados por incertezas, por milhões de informações e por inúmeras possibilidades estratégicas e de escalações. O mesmo ocorre na vida. Antes de fazer as escolhas, somos estimulados por muitas dúvidas, variados desejos e valores éticos e morais.

Os melhores e as pessoas especiais são os que encontram boas soluções. Tornam simples o que é complexo.

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Folha de S.Paulo