Presidente do Corinthians é indiciado no caso VaideBet


Augusto Melo, presidente do Corinthians
Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Augusto Melo, presidente do Corinthians

A pressão sobre o presidente do Corinthians, Augusto Melo , aumentou ainda mais nesta quinta-feira (22), após a Polícia Civil de São Paulo concluir o inquérito do caso VaideBet e indiciar o dirigente pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.

As informações foram divulgadas pela Gazeta Esportiva. Segundo a reportagem, outros três nomes também foram indiciados: o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura, o ex-diretor administrativo Marcelo Mariano e Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que aparece no contrato com a casa de apostas como intermediador do acordo.

Já a situação de Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico do clube, ainda está indefinida. A defesa pediu para se habilitar nos autos, e só após a autorização e o direito à ampla defesa a polícia decidirá se ele também será incluído no indiciamento.

Agora, o próximo passo cabe ao Ministério Público, que avaliará se apresenta ou não uma denúncia formal à Justiça. O caso está sob responsabilidade do promotor Juliano Atoji, que acompanhou a investigação de perto e deve seguir com a acusação. Se a denúncia for aceita por um juiz, os quatro indiciados se tornarão réus em um processo criminal.

Pagamentos suspeitos

A investigação teve início após a identificação de repasses financeiros feitos pelo Corinthians à empresa Rede Social Media Design LTDA, de propriedade de Cassundé. Parte desses valores foi desviada para uma empresa de fachada, que teria ligação com o crime organizado.

De acordo com o relatório final do delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), Cassundé transferiu R$ 580 mil para a empresa fantasma Neoway Soluções Integradas no dia 25 de março de 2024, mesma data em que, segundo registros de localização, ele esteve presente no Parque São Jorge, sede do clube.

O contrato previa que a empresa de Cassundé receberia 7% do valor total da parceria entre o Corinthians e a VaideBet — o equivalente a R$ 25,2 milhões em três anos, com pagamentos mensais de R$ 700 mil.

Impeachment em pauta no clube

Mesmo indiciado, Augusto Melo afirmou que não pretende renunciar ao cargo, como disse em entrevista coletiva na última sexta-feira. No entanto, o cenário político no clube está cada vez mais delicado.

Na próxima segunda-feira (20), o Conselho Deliberativo do Corinthians retomará, às 18h, a votação do pedido de impeachment contra o presidente. A sessão havia sido suspensa em janeiro por questões de segurança e horário, mas já tinha aprovado, por 126 votos a 114, a admissibilidade do processo de destituição.

Se a maioria simples do Conselho aprovar o impeachment, Augusto será afastado imediatamente. O cargo passará temporariamente ao vice-presidente Osmar Stabile.

Além disso, a decisão abriria caminho para a convocação de uma Assembleia Geral com os associados do clube, etapa final do processo. Enquanto isso, Melo seguiria afastado, aguardando o veredito dos sócios. Se a maioria confirmar a decisão, ele será definitivamente destituído da presidência.



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