A Prefeitura de São Paulo aprovou na noite desta segunda-feira (20) uma Alvará de Autorização para Evento Temporário para que a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, aconteça no estádio do Pacaembu, no sábado (25), aniversário da cidade.
Para conceder autorização, a prefeitura considerou que a final da Copinha, que pode ser um clássico entre São Paulo e Corinthians, é um “evento relacionado à família”, que não há “histórico de concorrência” entre as torcidas e que o público será formado por adultos de 36 a 65 anos que assistirá à partida somente sentado.
Se reconhecesse que o jogo envolve torcidas organizadas, que o público é formado majoritariamente por jovens adultos e que parte dos torcedores fica de pé, a partida seria classificada como de alto risco e demandaria critérios mais rígidos para a concessão do documento.
O Pacaembu, porém, segue sem um Alvará de Funcionamento, que o regulamento da Federação Paulista de Futebol (FPF) diz que é documento obrigatório para a obtenção de 3 dos 4 laudos obrigatórios para partidas com mais de 10 mil torcedores.
O alvará só poderá ser concedido pela prefeitura à Allegra Pacaembu após o termo de aceite das obras obrigatórias que a concessionária faz no complexo. Até agora, a Allegra não solicitou tal alvará.
A estratégia da Allegra sempre foi apresentar o alvará de evento temporário para a obtenção dos laudos, inclusive o de segurança. Na semana passada, representantes da concessionária se reuniram com a secretária de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), Beth França, para pedir celeridade. No dia seguinte, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se comprometeu publicamente com a expedição do alvará temporário.
Portaria da pasta de 2020 que detalha os documentos necessários para a concessão de um alvará de evento temporário os classifica a partir do grau de risco: baixo, médio, alto ou especial. Quanto maior o risco, maiores as exigências.
A classificação é feita a partir de pontuação para dez itens, a maior parte deles indo de 1 a 4. Se o evento tem público somente sentado, recebe um ponto. Sentado e em pé, dois. Somente em pé, três.
Para a final da Copinha, a secretaria considerou que o evento terá público somente sentado, não em pé e sentado, como costuma ser em um jogo de futebol. Citou também que o evento é direcionado a “fã clubes e/ou público geral” e não a “público com histórico de concorrência entre grupos”.
A final da Copinha foi classificada como “evento relacionado à família […] ou esportivo local” e não como “grande evento esportivo” e, seu público, como tendo “distribuição homogênea entre faixas etárias” e não com público predominantemente jovem.
Com essas escolhas, o evento somou 29 pontos, abaixo dos 36 que o classificariam como de alto risco.
O alvará é para um público de exatas 20 mil pessoas, sendo 8.432 na arquibancada norte (antigo setor verde/amarelo), 4.982 na oeste (antiga tribuna) e 5.924 na leste (antiga numerada), além de 662 pessoas em camarotes.
Os times da final da Copinha serão decididos nas semifinais. De um lado, o São Paulo enfrenta o Criciúma. Do outro, o Corinthians pega o Grêmio. Em caso de clássico, o São Paulo será o mandante, com torcida única, por ter melhor campanha que o rival alvinegro.
O regulamento da Copinha prevê que, no caso de o Pacaembu não ter autorização para receber a partida, a final acontecerá na casa do time paulista se a decisão for contra uma equipe de fora. Se for um clássico, no estádio do mandante —no caso, o MorumBis, do São Paulo.
Folha de S.Paulo