Posts de Djokovic foram feitos com IA, mas doação é real – 03/06/2025 – Esporte


Posts virais em redes sociais como Instagram e Facebook dizendo que o tenista Novak Djokovic teria doado uma enorme quantia em dinheiro a um funcionário de sua antiga escola em Belgrado, na Sérvia, foram feitos com inteligência artificial.

Embora não tenha comentado a história viral, o tenista, que nesta segunda-feira (2) conquistou sua 100ª vitória em Roland Garros, afirmou ajudar sua escola financeiramente. “Mas é só isso. Não vou entrar em detalhes sobre quem, o que, quanto e coisas do tipo. Sei que não é o lugar ou que não há motivo para isso. Mas tento apoiar minha escola totalmente durante toda a minha carreira.”

Segundo uma das versões da história mentirosa, o maior vencedor de Grand Slams teria visitado recentemente a instituição onde cursou o ensino médio e, lá, teria encontrado um funcionário que trabalhava no local desde sua época de estudante. Tocado pela necessidade que o homem tinha de trabalhar para sustentar a família e pagar despesas médicas da mulher, o tenista teria então assinado um cheque de um valor suficiente para que o homem pudesse parar de trabalhar.

O uso de inteligência artificial nos conteúdos pode ser detectado a olho nu. Em uma das fotos, o suposto zelador da escola tem cinco dedos na mão esquerda e, em outra, quatro. Outra detalhe que sinaliza o uso da tecnologia é que, apesar de Djokovic estar com a mesma camiseta em todas as imagens, o zelador aparece com trajes diferentes.

Além disso, outros detalhes indicam que o conteúdo foi inventado, como os links mais antigos encontrados em uma busca reversa das imagens e de palavras-chave usadas nas publicações serem de redes sociais. O fato de não haver nenhum registro na mídia, inclusive, contradiz uma das versões do post, segundo a qual no dia da doação o atleta estaria com uma equipe de filmagem —ou seja, haveria intenção de divulgar o suposto ocorrido.

Sobre mentiras que circulam nas redes sociais, Djokovic afirmou que “fazem parte do mundo da mídia em que vivemos hoje”.



Folha de S.Paulo