Por que fisiculturistas comem ‘besteira’ antes de competir – 16/05/2025 – Músculo


Arroz, batata doce, frango, ovo, aveia, whey protein, etc. Para a maior parte da população, esses são os alimentos que estão inclusos na rotina de um fisiculturista. No entanto, é comum vê-los comendo hambúrguer, doces ou salgadinhos quando estão prestes a competir.

Um exemplo é Ramon Rocha Queiroz, o Dino, que revelou ter comido diversos “cookies” durante sua finalização para o Olympia 2023, onde apresentou o melhor físico de sua carreira – pelo menos até o momento – e pressionou Chris Bumstead, o Cbum. Edvan Palmeira, por sua vez, comeu balas de goma e hambúrguer sem queijo antes de subir no Olympia 2022, onde ficou com a quinta colocação – marca igualada por ele na edição de 2024 do campeonato mais importante do planeta.

Normalmente, alimentos calóricos e com adição de açúcares não fazem parte da rotina de um fisiculturista. No entanto, esse tipo de abordagem pode ocorrer na finalização dos atletas para seus campeonatos, horas antes das competições. Isso ocorre por diversos motivos que serão explicados nos parágrafos a seguir.

Geralmente, os fisiculturistas passam pelo “bulking” – fase em que fazem uma dieta hipercalórica para ganhar músculos – e o “cutting” – onde eles perderão toda a retenção hídrica e gordura que adquiriram quando estavam ganhando músculos. Enquanto se mantêm em déficit calórico, os atletas fazem o máximo para não perderem massa muscular, o que pode acontecer quando as restrições são rigorosas.

No final da preparação, ou seja, na semana em que vão competir, os atletas começam a manipular sua ingestão de sódio e água, pois no campeonato não é importante apenas a falta de gordura, mas também da água presente no interstício – camada que fica entre a pele e os músculos.

Para que esse líquido – que atrapalha a visualização dos músculos – saia completamente, os atletas ingerem quantidades calculadas de sódio e água. Quando as manobras são muito agressivas, uma tendência é de que o músculo fique com o aspecto flácido, uma vez que não há água dentro dele e ele está murcho.

Nesses casos, muitos treinadores utilizam a chamada ‘bomba de sódio’ – uma refeição com muito sal, o que ajudará na retenção intramuscular de líquidos -, bem como alimentos que contém carboidratos simples – de rápida absorção, como por exemplo o açúcar. Essa manipulação de água, sódio e carboidrato gera o chamado glicogênio, que faz os músculos se encherem e criarem um aspecto de arredondamento e preenchimento.

Ou seja, muitas vezes, comer ‘besteiras’ antes do campeonato faz com que o atleta consiga se apresentar com os músculos mais cheios, mesmo com baixos níveis de água e de gordura no organismo. Toda a finalização de um fisiculturista visa atingir esse equilíbrio entre sódio, água e carboidrato.

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Folha de S.Paulo