A Polícia Civil de Goiás iniciou na manhã desta quarta-feira (9), em seis estados, a Operação Jogada Marcada para cumprir 16 medidas judiciais, entre mandados de prisão e de busca e apreensão, contra organização criminosa especializada na manipulação de resultados em partidas de futebol.
De acordo com a polícia, as fraudes já movimentaram ao menos R$ 11 milhões ilicitamente obtidos, inclusive por meio de plataformas de apostas.
A investigação delineou a estrutura hierárquica do grupo, que possui financiadores, intermediários e executores, envolvendo jogadores, treinadores e dirigentes de clubes alvos da operação.
Essa não é a primeira operação no estado que investiga manipulação de resultados no futebol.
Em novembro de 2023, o Ministério Público de Goiás (MPGO) lançou a terceira fase da operação Penalidade Máxima, que apura a suspeita de fraude em sete partidas, entre jogos do Campeonato Brasileiro de 2022 e dos estaduais de Goiás e da Paraíba de 2023.
A investigação do MP apura a conduta de grupo criminoso que visava aliciar jogadores profissionais com oferta de valores financeiros para a realização de eventos como punição com cartão amarelo, vermelho, cometimento de pênalti ou placar parcial na partida. A prática viabilizava aos seus integrantes obter lucros em sites de apostas esportivas.
Como resultado das fases anteriores da operação, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) baniu do futebol o volante Marcos Vinicius Alves Barreira, conhecido como Romário, considerado um dos pivôs do esquema de manipulação.
Segundo um relatório publicado pela consultoria global Sportradar em março de 2024, o Brasil liderava na época o ranking de partidas no esporte com suspeitas de manipulação.
De um universo de aproximadamente 9 mil partidas monitoradas no futebol brasileiro em 2023, em 109 delas, ou 1,21% do total, foram identificadas suspeitas de manipulação de resultados.
Folha de S.Paulo