Pandemia cria maratona de jogos alucinante e preocupa os clubes grandes de São Paulo; confira


Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo precisarão conciliar Estadual com os compromissos internacionais, tendo, em média, menos de três dias de intervalo entre uma partida e outra

Montagem sobre fotos/Reprodução/Jovem Pan/Corinthians/Palmeiras/Santos/São PauloOs quatro grandes de São Paulo estão enfrentando uma maratona de jogos

A paralisação do Campeonato Paulista por um mês devido ao agravamento da pandemia do novo coronavírus e o começo dos campeonatos sul-americanos farão com que os quatro grandes de São Paulo enfrentem uma maratona alucinante nas próximas semanas. Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo precisarão conciliar a fase de grupos do Estadual com as viagens e os compromissos das competições internacionais, tendo, em média, menos de três dias de intervalo entre uma partida e outra. Isso obrigará os treinadores a serem criativos, usando e abusando das peças de seus respectivos elencos.

Corinthians e São Paulo, na verdade, já estão sentindo na pele. O Timão entrou em campo pela terceira vez nesta semana, na sexta-feira, 16, diante do São Bento, pelo Paulistão. O Tricolor, por sua vez, viu o seu calendário ficar ainda mais apertado, encarando quatro adversários em sete dias: São Caetano, RB Bragantino, Guarani e Palmeiras, todos pelo Estadual. As situações extraordinárias fizeram com que os treinadores Vagner Mancini e Hernán Crespo utilizassem mais atletas oriundos das categorias de base. O primeiro usou vários jovens diante da Ferroviária, promovendo as entradas de Raul Gustavo, João Victor e Xavier, por exemplo. Já o comandante argentino ganhou do Bugre com uma equipe recheada de garotos, com Galeano e Wellington se destacando. “No futebol, tudo muda. A tendência é sexta um time e domingo outro. No último domingo, tivemos uma vitória com um time. Contra a Ferroviária, jogamos bem e fomos derrotados. Vi bom rendimento. A gente tem que ponderar, usar a parte científica para saber quais [atletas] estão em condições de repetir o jogo”, disse Mancini, logo após o revés para a Locomotiva, em Araraquara.

Dos quatro grandes, porém, Palmeiras e Santos são os times que mais devem entrar em campo nos próximos 30 dias. O Alviverde, caso avance até a semifinal do Paulistão, entrará em campo 14 vezes. Depois de ser derrotado nas decisões da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-America, o elenco comandado por Abel Ferreira fará várias partidas pelo Paulistão, tendo duas viagens longas no percurso: enfrenta o Universitario, no Peru, e o Independiente del Valle, no Equador. O Peixe também terá duelos duros pela frente, como o embate contra o Boca Juniors, o clássico com o Alviverde e o The Strongest, na Bolívia. A equipe praiana poderá jogar em 13 oportunidades neste mesmo período.

Veja a maratona de jogos

Palmeiras

Até 14 jogos em 30 dias

  • Botafogo-SP x Palmeiras (18/4 – Paulistão)
  • Universitario-PER x Palmeiras (21/4 – Libertadores)
  • Guarani x Palmeiras (23/4 – Paulistão)
  • Palmeiras x Mirassol (25/4 – Paulistão)
  • Palmeiras x Independiente del Valle-EQU (27/4 – Libertadores)
  • Palmeiras x Inter de Limeira (29/4 – Paulistão)
  • Santo André x Palmeiras (2/5 – Paulistão)
  • Defensa y Justicia-ARG x Palmeiras (4/5 – Libertadores)
  • Palmeiras x Santos (6/5 – Paulistão)
  • Ponte Preta x Palmeiras (9/5 – Paulistão)
  • Independiente del Valle-EQU x Palmeiras (11/5 – Libertadores)
  • quartas de final do Paulistão* (13/5)
  • semifinal do Paulistão* (16/5)
  • Palmeiras x Defensa y Justicia-ARG (18/5 – Libertadores).

São Paulo

Até 11 jogos em 30 dias

  • Sporting Cristal-PER x São Paulo (20/4 – Libertadores)
  • São Paulo x São Bento (23/4 – Paulistão)
  • Ituano x São Paulo (25/4 – Paulistão)
  • São Paulo x Rentistas-URU (29/4 – Libertadores)
  • Corinthians x São Paulo (2/5 – Paulistão)
  • Racing-ARG x São Paulo (5/5 – Libertadores)
  • Mirassol x São Paulo (9/5 – Paulistão)
  • Rentistas-URU x São Paulo (12/5 – Libertadores)
  • quartas de final do Paulistão* (14/5)
  • semifinal do Paulistão* (16/5)
  • São Paulo x Racing-ARG (18/5 – Libertadores)

Corinthians

Até 10 jogos em 28 dias

  • Corinthians x Ituano (18/4 – Paulistão)
  • River Plate-PER x Corinthians (22/4 – Sul-Americana)
  • Santos x Corinthians (25/4 – Paulistão)
  • Corinthians x Peñarol-URU (29/4 – Sul-Americana)
  • Corinthians x São Paulo (2/5 – Paulistão)
  • Sport Huancayo-PER x Corinthians (6/5 – Sul-Americana)
  • Corinthians x Novorizontino (9/5 – Paulistão)
  • quartas de final do Paulistão* (11/5)
  • Peñarol-URU x Corinthians (13/5 – Sul-Americana)
  • semifinal do Paulistão 15/5 ou 16/5*

Santos

Até 13 jogos em 30 dias

  • Santos x Inter de Limeira (18/4 – Paulistão)
  • Santos x Barcelona de Guayaquil-EQU (20/4 – Libertadores)
  • Novorizontino x Santos (23/4 – Paulistão)
  • Santos x Corinthians (25/4 – Paulistão)
  • Boca Juniors-ARG x Santos (27/4 – Libertadores)
  • RB Bragantino x Santos (1º/5 – Paulistão)
  • Santos x The Strongest-BOL (4/5 – Libertadores)
  • Palmeiras x Santos (6/5 – Paulistão)
  • Santos x São Bento (9/5 – Paulistão)
  • Santos x Boca Juniors-ARG (11/5 – Libertadores)
  • quartas de final do Paulistão (13/5)*
  • semifinal do Paulistão (16/5)*
  • The Strongest-BOL x Santos (18/5 – Libertadores)

*Indefinido

Já foi pior!

Se os técnicos estão indo à loucura com a diferença de 48 horas (ou menos) entre dois jogos, imagine ter que entrar em campo duas vezes no mesmo dia? Isso aconteceu com o São Paulo, em 1994, quando precisou desafiar o Sporting Cristal (PER), pela extinta Copa Conmembol, e, logo na sequência, o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. O grande destaque do 11 de novembro daquele ano foi Juninho Paulista, atualmente coordenador da CBF, que participou das duas partidas e, inclusive, balançou a rede contra os peruanos — o Tricolor venceu ambas por 3 a 1.

O calendário do futebol brasileiro naquela época era mais apertado do que o atual, com uma quantidade superior de competições nacionais e continentais. O São Paulo, por exemplo, disputou 98 partidas em 1993, ano em que faturou a Libertadores, o Mundial de Clubes, a Recopa Sul-Americana e a Supercopa Sul-Americana. Já o Palmeiras, em 1999, precisou entrar em campo 84 vezes, mais do que na temporada passada, quando conquistou a tríplice coroa e fez o número máximo de partidas possíveis: 77.





Fonte: Jovem Pan