Com a Alegria no comando da sala de controle, o professor Abel Ferreira confessou que, além do discurso edificante de sempre, usou as deliciosas animações da Pixar em sua preparação para o último jogo: “Posso dizer o que fiz? Convidei-os a ver ‘Divertidamente 1′ e ‘Divertidamente 2’”, revelou o treinador cinéfilo.
“Todos temos um capeta e um anjinho. A qual quer dar ouvidos? Falo a eles: ‘No jogo é igual’. Tenho que falar comigo como a pessoa que mais amo. ‘Tu és bom, consegue!’. Sem pensar muito na ansiedade, como no ‘Divertidamente 2’. Viva aqui e agora. Calma”, completou.
Com isso em mente, este humilde escriba fez um exercício meticuloso sobre outros filmes que poderiam estar na estante dos outros clubes do Brasileiro. Atenção, esta coluna tem 0% de apuração:
Corinthians: “Titanic”. Uma superprodução caríssima, com um presidente-capitão comprando tudo do bom, do melhor (mesmo sem dinheiro para pagar) e do mais belo, mas que a cada rodada encontra um iceberg diferente. Claro que Memphis é quem vai terminar flutuando na tábua com o apito. Pedro Raul já está no bote, para não estragar a harmonização facial. E, mesmo sem o Oscar, o time ainda pode ganhar dois troféus e afundar ao mesmo tempo.
Flamengo: “Os Doze Condenados”. É o chamado fim de feira, apesar de ter um título importante ao alcance (a Copa do Brasil, depois do abandono do Brasileiro). Os 11 jogadores e o técnico Tite (agora ex) pareciam em ritmo de procissão neste domingo, diante do Athletico-PR. Gerson nem teve ânimo para celebrar o gol, e o time do bilhão vai terminar o ano com cara de filme ruim repetido.
Fluminense: “Anatomia de uma Queda” (?). Os (ainda) atuais campeões da Libertadores precisam abrir o olho. Seria a queda mais improvável da Série A deste ano. Mas depois da derrota para o lanterna Atlético-GO, o tricolor do Rio começa a acender o sinal de desespero. As próximas rodadas não serão fáceis, com direito a um confronto contra o Cruzeiro, comandado pelo demitido Fernando Diniz.
Fortaleza: “Um Sonho Possível”. O Leão do Pici (que este escriba se recusa a chamar de “lion” ou “laion”) é o único time com chances de aprontar para cima da dupla Botafogo–Palmeiras. Apesar dos jogos horríveis na Copa do Brasil diante do Corinthians, não convém ainda duvidar do time do argentino Vojvoda, apenas dois pontos atrás do líder.
Botafogo: “O Feitiço do Tempo”. Assim como no ano passado, o alvinegro do Rio acorda quase todo dia do campeonato na liderança. Assim como no ano passado, o time começa a ver o Palmeiras crescer no retrovisor na reta final. Agora, Artur Jorge e seus comandados precisam dar um jeito de quebrar o feitiço e mudar o final. Se bem que se o time perder o Brasileiro e ganhar a Libertadores, ninguém vai reclamar no Engenhão.
Round 38 – Fim da flatite
A inflamação que acometeu a torcida do Flamengo no fim de 2023 passou. Todos estão curados da flatite. Aliás, foi basicamente a torcida que cortou a cabeça do professor Tite —nada como uma eleição para vereador na próxima semana para fazer a diretoria se mexer mais rapidamente.
Assim, restam apenas oito técnicos sobreviventes desde o round 1 do Brasileiro, com os importados em vantagem: Estrangeiros 5 x 3 Brasileiros* (*contando Roger Machado).
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