Hugo Calderano ocupa a 3ª posição no ranking dos melhores mesatenistas do mundo
Hugo Calderano vem se destacando, já há alguns anos, na elite do tênis de mesa. Atual campeão da Copa do Mundo da modalidade, o brasileiro ocupa neste momento a 3ª posição entre os melhores do planeta.
Mas, além do talento, qual o segredo de Calderano? Qual caminho ele precisou trilhar para alcançar o sucesso mundial, vindo de um país que não é potência no tênis de mesa?
Para responder estas e outras questões, o iG Esporte entrevistou Hugo Hoyama, um dos grandes nomes brasileiros da modalidade. Dez vezes campeão pan-americano, Hoyama apontou que o fato de Calderano ter feito grande parte de sua carreira na Europa foi fundamental para ele alcançar a posição de destaque que ocupa atualmente. Vale lembrar que Calderano vive na Alemanha desde 2014.
“Com certeza se o Calderano estivesse aqui no Brasil, ele não conseguiria atingir o mesmo nível de jogo, isso ninguém conseguiu até hoje, porque os melhores jogadores estão na Ásia, estão na Europa, então tem que estar sempre junto com eles lá, não só disputando os campeonatos, mas também treinando com eles”, afirmou Hugo Hoyama.
“Mesmo eu fiz muitas viagens para treinamentos na Europa, na Ásia, e conseguia elevar meu nível, porque treinando com eles eu conseguia também jogar melhor contra eles nas competições. Então, hoje, até seria legal de termos essa capacidade de ficar aqui no Brasil treinando e chegar nesse nível, mas atualmente, infelizmente, ainda não é possível e é por isso que realmente temos que ir para o exterior”, completou.
Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, Hoyama analisa que o tênis de mesa cresceu consideravelmente no Brasil, e que o sucesso de Calderano tem feito o número de praticantes aumentar.
“O panorama do esporte evoluiu demais, em termos de número de praticantes. O sonho dos jogadores, principalmente dos jovens, com o Hugo Calderano, realmente aumentou, de querer chegar lá, ficar entre os melhores do mundo”, contou.
“Eu, por exemplo, dou treino aqui nessa academia em São Paulo, chamada Life Pong, e está aumentando o número de praticantes dia a dia, porque vem aparecendo os resultados”, pontuou.
A importância da parte mental
Durante sua trajetória, Calderano aprimorou suas qualidades técnicas e físicas, superou desafios, encarou as dificuldades de morar longe de seu país natal, treinou e competiu com os melhores.
Todos estes aspectos tiveram papel fundamental para tornar um mesatenista do Brasil, nação com pouca tradição na modalidade, em referência mundial. Mas há ainda uma outra característica que precisa estar em constante evolução: a parte mental.
“No nível que o Calderano está hoje, o que ele tem que superar sempre, melhorar, é a parte mental. Tecnicamente e fisicamente ele está super bem, mas o que realmente conta muito nas competições é a parte mental, a parte da confiança, da concentração, paciência e tranquilidade muitas vezes para fechar uma partida ou para poder virar um jogo, para não deixar o adversário virar. É um nível onde todo mundo está estudando o jogo dele, então realmente precisa trabalhar muito essa parte mental”, destacou Hugo Hoyama.
Calderano x Hoyama
Apesar de serem de gerações diferentes (Hoyama tem 56 anos e Calderano 28), os mesatenistas já se enfrentaram e também já jogaram juntos. Hugo Hoyama relembrou as ocasiões:
“A última vez que eu joguei contra o Calderano acho que foi em 2012, porque foi minha última Olimpíada e teve uma seletiva nacional, onde eu tinha que me classificar nessa seletiva em primeiro lugar, porque senão eu não teria chance de ser convocado”, disse.
Duelo de “Hugos” chamou a atenção no Centro de Treinamento Nacional da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, no Clube Tietê, em São Paulo, no ano de 2011
“Um atleta já estava classificado pelo ranking mundial, o outro seria por essa seletiva, e o terceiro pela escolha técnica. Seria muito difícil eu ser escolhido pela parte técnica, então teria que vencer essa seletiva, e lá eu ganhei do Calderano nas quartas de final”, relembrou.
“Eu venci e cheguei na semifinal e final, fui campeão da seletiva, aí pude participar das Olimpíadas de 2012 em Londres. Mas também eu já competi junto com ele na equipe no Campeonato Mundial, também em 2012. Na época que ele estava entrando na seleção, foi meu último ano de seleção”, finalizou.
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