O que dá para dizer dos campeonatos estaduais – 17/02/2025 – Sandro Macedo


Sete estaduais fazem a vida dos 20 times da Série A de 2025. Mas este humilde escriba confessa que tem visto apenas Carioquinha, Paulistinha e Mineirinho, com um ou outro jogo específico do Gauchinho.

Se o principal torneio do continente fosse referência para algo, seria possível dizer que o Carioquinha deveria ser o principal torneio, já que abriga os últimos três campeões da Libertadores. Mas o Botafogo já ensinou que um dos segredos de uma temporada de sucesso é errar o máximo possível até o Carnaval —deve ter sido dica do departamento de scout.

Em um esforço hercúleo, parei diante da TV em partidas como Sampaio Corrêa 0 x 0 Vasco; Fluminense 0 x 0 Flamengo; Maricá 0 x 1 Vasco; Boavista 1 x 1 Botafogo.

Teve outros, mas contando apenas esses quatro duelos, são 360 minutos (mais acréscimos) que não têm volta na vida. Poderia ter assistido a uma nova série documental sobre O.J. Simpson na Netflix (impressionante o poder do streaming em recontar essa história), poderia ter começado a ler “Moby Dick” (uma falha nunca compensada), poderia ter brincado com a minha filha. Mas não, acompanhei os jogos do Carioquinha. Valem como uma série de terror ruim, com final pior e sequência prometida nos créditos.

A exceção é o Flamengo, que atua como time da Série A (fora o jogo contra o Flu). Nem a semifinal (que será definida no próximo fim de semana) anima, com provavelmente mais um time grande, ou não, e o Flamengo favoritaço.

A diferença dos jogos do Carioquinha para o Paulistinha é brutal. E olha que é só o Paulistinha, nada demais. Mas até o Velo Clube tem sido mais inspirador que o Vasco.

Em São Paulo, o destaque continua sendo o péssimo regulamento. Atualmente, o Palmeiras, quarto melhor time do torneio no geral, está fora do top 8 que disputará as quartas de final.

Por outro lado, caso o alviverde se classifique e depois consiga superar o São Bernardo (em uma hipotética quartas), tem tudo para jogar a semifinal em casa. Loucura total.

Mas a grande história do Paulistinha não envolve Palmeiras ou São Paulo, e sim tudo o que pode acontecer “com Neymar” ou “sem Neymar”; ultimamente, “com Neymar”.

O problema de assistir aos jogos do Santos é a comoção da transmissão em torno do adulto Ney. Imagino que vai começar a irritar até quem gosta dele (ou não). Eu não desgosto, veja bem. Mas todo toque de Ney na bola é descrito como mais brilhante que o vômito do unicórnio —porém, quando ele erra e permite um contra-ataque, foi o Santos que perdeu a bola.

Após seu primeiro gol, neste fim de semana, alguém falou que o gol era bom para todo o Brasil (hein?). Acho que não, Galvão. Mas foi bom para o Santos e para a transmissão.

A transmissão, inclusive, é outra questão no Paulistinha. É difícil até descobrir em que lugar o jogo será exibido. Meu orçamento não permite tantos players (acabo trocando algum jogo por O.J.).

Pulando para o Mineirinho, o Atlético-Hulk-MG se encaminha para mais uma final. Já o Cruzeiro All Star vai precisar suar para vencer o América-MG, fora de casa —o jogo de ida da semi foi 1 a 1, e novo empate leva para os pênaltis.

O Gaúcho tem três times na Série A, e todos vão razoavelmente bem, obrigado: Grêmio, Internacional e Juventude. A semifinal começa na semana que vem, com Grêmio x Juventude e Inter x Caxias. A grande missão do Colorado é evitar o octacampeonato gremista (que o Inter conquistou nos anos 70).

Boa sorte a todos os envolvidos.

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Folha de S.Paulo