A casa verde, em São Paulo, está mobilizada para transformar a acachapante derrota na Casa Blanca, em Quito, em mero primeiro tempo das semifinais continentais de 2025.
“Noventa minutos é muito tempo”, tem repetido como mantra o treinador Abel Ferreira ao chamar a torcida para “uma noite mágica”.
Será mesmo, e como será, caso o Palmeiras consiga virar o 3 a 0 para placar que lhe dê a vaga na finalíssima.
Tradição de viradas o Palmeiras tem, seja dentro de um mesmo jogo, e os botafoguenses jamais se esquecerão de uma, seja no de volta de mata-mata, coisa que os são-paulinos também têm fresco na memória.
Duvidar de que seja possível é mais que sentimento dos céticos ou pessimistas, aqueles ingratos que pedem a cabeça do técnico português e que o erguerão à condição de santo Abel caso o milagre aconteça.
Depois do que o Palmeiras fez com o Grêmio na Libertadores de 1995, tudo é possível.
Ninguém, nem o mais otimista dos palmeirenses, acreditava que haveria como reverter a goleada por 5 a 0 aplicada no antigo estádio Olímpico de Porto Alegre.
Tanto que apenas 7.615 torcedores estavam no velho Palestra Itália para testemunhar mero cumprimento de tabela.
No banco verde, Carlos Alberto Silva. No tricolor, Felipão.
Logo no oitavo minuto, gol de Jardel, para fazer 6 a 0 no placar agregado.
Houve quem se levantasse nas arquibancadas e tomado o rumo de casa, frustrado na esperança de ver, pelo menos, uma vitória minimamente reparadora.
O que se viu dali em diante tornou o clássico imortal. Verdadeiramente imortal, ou verdemente imortal, embora seja o apelido gremista.
Ainda no primeiro tempo, Cafu e Amaral viraram.
No segundo, o impossível tornou-se possível com mais três gols, de Paulo Isidoro, Mancuso e Cafu, o do 5 a 1, ao faltarem ainda seis minutos para o fim.
Ficou faltando um, naquele jogo até hoje está faltando um gol para levar a decisão à marca da cal.
Os sete mil torcedores não perdoaram.
Exaltaram, isso sim, o time. Como se fosse campeão.
Erramos?
A Justiça não acatou a denúncia da Conib que acusou de antissemita o jornalista judeu Breno Altman.
A Conib faz notas lamentáveis sempre que alguém alude ao genocídio na Palestina.
Mas não fez nota alguma para convocar seus apoiadores ao ato ecumênico “50 anos por Vlado”.
A presença de membros da Conib não significa, necessariamente, que a instituição esteja presente, diferentemente do que se deu com a presença, e mobilização, do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Esteve também no ato o general Romeu Costa Ribeiro Bastos, representando a si mesmo, e não em nome do Exército brasileiro como, aliás, teria sido magnífico.
A Secretaria de Redação desta Folha assim não entendeu e publicou um Erramos ao considerar que a presença do presidente da Conib era suficiente para representá-la.
Respeito, e discordo, pela primeira vez em mais de 20 anos, depois de criar aqui o “Kirrata” e considerar obrigatórias, e saudáveis, as erratas.
Em tempo: a condenação da União pelo assassinato de Vladimir Herzog, graças à corajosa sentença do ovacionado juiz Márcio José de Moraes, aconteceu em 1978, três anos depois do crime, e não em 1987 —como traiçoeiro erro de digitação inverteu.
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