
Noruega e Israel se enfrentam neste sábado (11)
Noruega e Israel têm muito pelo que lutar neste sábado, às 13h (de Brasília), no estádio Ullevaal, em Oslo, pela 7ª rodada das Eliminatórias europeias da Copa do Mundo. Mas os holofotes do duelo estão todos apontados para rivalidade que iniciou fora das quatro linhas e se expandiu para dentro delas.
Ainda em 2024, a seleção noruega cogitou em recusar a enfrentar o próximo adversário, segundo o portal “AF Post”. E sua federação de futebol é uma das mais vocais pela exclusão do país do Oriente Médio das competições UEFA. O motivo: a guerra em Gaza, que já matou mais de 65 mil palestinos.
“O sorteio é difícil para nós, além do aspecto puramente esportivo. Nenhum de nós pode permanecer indiferente aos ataques desproporcionais que Israel infligiu à população civil de Gaza por um longo período”, disse a presidente da federação, Lisa Klaveness.
Segundo a mandatária, o país está mais próximo dos palestinos do que outras associações europeias por manter um trabalho de mais de 10 anos na região “educando treinadores de futebol e criando atividades esportivas para crianças em escolas e campos de refugiados”.
Jogadores da Noruega falam em crueldade
Apesar da suposta pressão pela não realização do jogos, o primeiro deles aconteceu em março deste ano. A Noruega superou Israel por 4 a 2, pela 2ª rodada das Eliminatórias. Já naquele período, jogadores das duas seleções já trocavam farpas.
Os noruegueses postavam mensagens de solidariedade às vítimas em Gaza. Uma declaração em especial, entretanto, deixou os adversários revoltados, de um dos capitães, o goleiro Orjan Nyland (Sevilla):
“É claro que é de partir o coração e triste. Em uma área como a Palestina, que já está coberta de escombros, onde as pessoas não sabem o que acontece todas as noites. É impossível imaginar, é simplesmente cruel.”
Jogadores de Israel se recusaram a trocar camisas
Os jogadores de Israel não apenas escutaram calados e se defenderam das críticas. O goleiro Daniel Peretz (Bayern de Munique) afirmou que o posicionamento dos noruegueses não abrangia a complexidade do conflito. Já o capitão Eli Dasa (Dínamo Moscou) foi mais incisivo na resposta:
— Não tenho respeito por pessoas ignorantes. Qualquer um que fale contra meu país e minha equipe verá que estou contra eles. Aqueles que não têm nada na cabeça devem ser gratos por terem algo nas pernas.
Com toda tensão prévia ao primeiro confronto, os israelenses se recusaram a trocar camisas com os adversários, ao fim da partida, incluindo a de estrelas como Haaland e Odegaard.
Renda do jogo será doada para Gaza
O primeiro embate entre as seleções aconteceu no estádio Nagyerdei, na Húngria, onde Israel está mandando suas partidas nas Eliminatórias. Agora com o duelo sendo dentro de casa, a Noruega espera poder dar sua contribuição aos que vem defendendo com “unhas e dentes”.
A Federação Norueguesa de Futebol anunciou que toda renda será doada à organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), com o intuito de apoiar ações humanitárias em Gaza. O palco do jogo tem capacidade para 27 mil pessoas.
UEFA não definiu a situação de Israel nos torneios europeus
Pressionada, a UEFA ainda não anunciou o que irá fazer. Segundo o “The Times”, a entidade decidiu ao menos votar a suspensão de Israel. Além ONU, a Anistia Internacional já se manifestou pedindo pela suspenão do país do futebol.
De acordo com o “The Guardian”, a UEFA estuda a possibilidade da sua exclusão da Liga das Nações e da Eurocopa, além de remover o único clube de competições europeias da atual temporada — o Maccabi Tel Aviv. Mas permanência nas Eliminatórias é dada como certa, pelo Mundial pertencer à FIFA, que seria a responsável por esta decisão.
Na semana que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas completou dois anos, e que os dois pavimentaram um cessar-fogo, os sentimentos que a envolve ganham espaço no futebol. E a vaga na Copa do Mundo de 2026, grande ambição das duas seleções, pode ficar escondida em meio a tanta tensão.
Portal IG