Quando se fala em excelência em algo, o Oscar –a maior glória do cinema, que neste ano teve como indicados “Ainda Estou Aqui” (melhor filme internacional, estatueta ganha pelo longa brasileiro, e melhor filme) e Fernanda Torres (melhor atriz)– é referência.
Em outras áreas, esse prêmio é lembrado para enaltecer a importância da conquista. O Grammy é “O Oscar da música”; o Tony, “o Oscar do teatro”; o Emmy, “o Oscar da televisão”.
O esporte também tem o seu “Oscar”. É o prêmio Laureus, concedido anualmente desde 2000 para os melhores do ano em algumas categorias esportivas. O autor deste texto é um dos jornalistas votantes na premiação.
Brasileiros já tiveram a honra, poucas vezes, de serem agraciados com o troféu, contudo nunca conquistaram os prêmios principais, de Melhor Esportista Homem e de Melhor Esportista Mulher.
Daniel Dias, da natação, dono de 25 medalhas em Jogos Paralímpicos (14 ouros, 7 pratas e 4 bronzes) é o maior vencedor entre os nascidos no Brasil. Ganhou três vezes na categoria Melhor Atleta com Deficiência, em 2009, 2013 e 2016.
Ou outros brasileiros que ganharam o Laureus, uma vez cada um, são do futebol ou de esportes radicais.
Ronaldo, o Fenômeno, faturou o prêmio em 2003 na categoria Retorno do Ano. Depois de se recuperar de grave contusão no joelho, o atacante brilhou na conquista da Copa do Mundo de 2002 (Coreia/Japão), sendo o artilheiro do Mundial, com oito gols, e marcando os dois gols do 2 a 0 do Brasil na Alemanha na final.
A seleção brasileira de futebol levou o Laureus de Equipe do Ano naquele mesmo 2003, pela conquista do Mundial na Ásia, com uma equipe que, além de Ronaldo, tinha Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Cafu e Roberto Carlos, sob o comando de Luiz Felipe Scolari (Felipão).
Em 2002, o skatista Bob Burnquist ganhou o prêmio de Melhor Atleta de Esportes de Ação, tornando-se o primeiro brasileiro a amealhar a estatueta em uma das categorias tradicionais.
Essas categorias, anuais, são: Esportista Homem, Esportista Mulher, Equipe, Revelação, Retorno, Paratleta e Esportes de Ação.
Além dessas comendas, Pelé, o melhor da história do futebol, e Raí, ídolo do São Paulo e do Paris Saint-Germain, levaram prêmios especiais da Laureus World Sports Academy.
O Rei do Futebol foi eleito em 2000 na categoria Lifetime, que premia o esportista pelo conjunto da obra, considerando feitos e realizações ao longo da vida.
O ex-meia, campeão mundial com o Brasil na Copa de 1994, ganhou em 2012 na categoria Sport for Good, para quem se destaca pela “contribuição ao esporte ou contribuição à sociedade por meio do esporte”.
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Mas é nos esportes tidos como radicais que o Brasil costuma chamar a atenção no “Oscar do esporte”.
Apesar de só ter ganhado o prêmio uma vez, com Burnquist, o país recebeu 15 indicações, de 2014 a 2024. Concorreram (alguns mais de uma vez), mas não levaram, o próprio Burnquist, os surfistas Maya Gabeira, Gabriel Medina, Italo Ferreira, Adriano de Souza (Mineirinho) e Filipe Toledo, e os skatistas Pedro Barros e Rayssa Leal.
Quatro futebolistas brasucas estiveram perto de ganhar os prêmios mais nobres, pois foram finalistas. No masculino, Ronaldo (em 2003), Ronaldinho Gaúcho (em 2006) e Kaká (em 2008). No feminino, Marta (em 2008).
Os maiores vencedores do Laureus de Melhor Esportista Homem são os tenistas Roger Federer (suíço) e Novak Djokovic (sérvio), com cinco troféus cada um.
A tenista Serena Williams (norte-americana) está no topo de conquistas no Laureus de Melhor Esportista Mulher: quatro estatuetas.
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Folha de S.Paulo