No comando do Flamengo, Rogério Ceni conquista 10º título no Morumbi


Campeão nacional, treinador do Rubro-Negro já está acostumado a fazer a festa no Cícero Pompeu de Toledo, local que foi a sua casa por muitos anos

MAURO HORITA/ESTADÃO CONTEÚDORogério Ceni conquista o primeiro título do Campeonato Brasileiro como treinador

O Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro 2020 nesta quinta-feira, 25, ao bater o São Paulo, em pleno estádio do Morumbi. O título tem um sabor especial para Rogério Ceni, que levantou o seu décimo troféu no Cícero Pompeu de Toledo, local que foi a sua casa, literalmente, por muitos anos – ele morou no estádio quando chegou ao clube, em 1990. Considerado um “Mito” pela torcida são-paulina, o ex-goleiro faturou 9 das suas 18 taças como jogador do Tricolor no estádio. Agora, ele consegue a primeira de expressão nacional como treinador. Relembre todas abaixo!

Supercopa Libertadores da América (1993)

Rogério Ceni era apenas um garoto quando o São Paulo conquistou a Supercopa Libertadores da América de 1993, que reuniu vencedores do principal torneio continental. Do banco de reservas, o goleiro, então substituto de Zetti, viu o Tricolor passar por Independiente (Argentina) nas oitavas de final, Grêmio nas quartas, Atlético Nacional (Colômbia) na semifinal e Flamengo na decisão. Após o empate em 2 a 2 no Rio de Janeiro, com gols de Leonardo e Juninho Paulista pelo lado são-paulino, o placar se repetiu na volta, no Morumbi – a dupla novamente foi a responsável por marcar. Nas penalidades, Dinho, Leonardo, Cafu, André Luiz e Muller converteram para os paulistas, enquanto Marcelinho Carioca foi o único a desperdiçar para o Rubro-Negro. Resultado? Festa do time treinado por Telê Santana, incluindo Ceni, de apenas 20 anos.

Campeonato Paulista (1998 e 2000)

Ceni comemorou o seu segundo título no Morumbi diante do arquirrival Corinthians, na final do Campeonato Paulista de 1998. Desta vez como titular, o goleiro começava a se consolidar na meta são-paulina, praticando boas defesas e sendo um dos destaques do time na fase de grupos daquele Estadual. Depois de despachar o Palmeiras com facilidade na semifinal, o Tricolor encarou o Timão na decisão, em dois jogos no Morumbi. No primeiro, vitória do Alvinegro por 2 a 1, com gols de Marcelinho Carioca e Cris para o lado corintiano. Fabio anotou para os são-paulinos. Na volta, contando com o retorno de Raí, o São Paulo fez 3 a 1 e sagrou-se campeão em cima do rival, com gols de França (duas vezes) e do camisa 10, ídolo da torcida.

Dois anos mais tarde, Rogério voltou a festejar o Paulistão em sua casa, no Morumbi, de novo contra um rival alvinegro. Na final do Estadual de 2000, entre São Paulo e Santos, o Tricolor venceu a primeira partida por 1 a 0, com gol de França. Na volta, também realizada no estádio, as equipes empataram em 2 a 2, com Rogério Ceni deixando a sua marca.

Torneio Rio-São Paulo (2001) 

Convocado para a seleção brasileira, Rogério Ceni não esteve, em campo na final do Rio-São Paulo de 2001, quando o Tricolor bateu o Botafogo na decisão – vitórias por 4 a 1(Maracanã) e 2 a 1 (Morumbi) . O time paulista, no entanto, não seria campeão sem o goleiro, que defendeu três cobranças de pênalti na semifinal diante do Fluminense, em uma de suas melhores exibições com a camisa do clube.

Supercampeonato Paulista (2002) 

Outra competição extinta, mas que Rogério Ceni conquistou, foi o Supercampeonato Paulista 2002, torneio criado e organizado pela Federação Paulista de Futebol, disputado apenas naquele ano entre Ituano (vencedor do Paulistão de 2002), Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Depois de eliminar o Palmeiras, o Tricolor bateu o time do interior – empate em 2 a 2 em Itu, e vitória por 4 a 1 no Morumbi, com gols de Adriano (duas vezes), Reinaldo e Sandro Hiroshi.

Copa Libertadores da América (2005)

Rogério Ceni viveu o seu auge como jogador de futebol em 2005, quando venceu o Campeonato Paulista, a Libertadores e o Mundial de Clubes. Naquela temporada, o goleiro não só praticou defesas monumentais, como também balançou as redes em 21 oportunidades. A sensação de comemorar um título no Morumbi aconteceu no torneio continental, quando o time goleou o Athletico-PR por 4 a 0, em um estádio abarrotado. Na ocasião, o arqueiro nem precisou trabalhar tanto, apesar de ver Fabrício chutar um pênalti na trave quando o placar estava em apenas 1 a 0. Ao longo na competição, porém, Ceni foi fundamental para o São Paulo, fazendo gols nas oitavas de final (Palmeiras), quartas de final (Tigres, do México) e semifinal (River Plate).

Campeonato Brasileiro (2006 e 2007)

A torcida são-paulina celebrou os títulos do Brasileirão de 2006 e de 2007 em casa, no Morumbi, e com o estádio cheio. Nas duas ocasiões, o time ganhou com rodadas de antecedência, sem causar aflição nos torcedores. O tetracampeonato foi faturado com um empate em 1 a 1 diante do Athletico-PR, na 36ª rodada. Já o penta foi conquistado na 34ª rodada, com um triunfo por 3 a 0 sobre o América-RN, em campanha que ficou marcada pelo excelente sistema defensivo – até hoje, o Tricolor de 2007 tem o status de melhor defesa da era dos pontos corridos, sofrendo apenas 19 gols em 38 rodadas. Rogério Ceni, claro, teve o seu mérito.

Copa Sul-Americana (2012)

A última conquista de Rogério Ceni como jogador também teve como palco final o Cícero Pompeu de Toledo. O São Paulo, então treinado por Ney Franco, despachou Bahia, LDU de Loja, Universidad de Chile e Universidad Católica até chegar à decisão, diante do Tigre, da Argentina. Na primeira final, um 0 a 0 em solo argentino, sendo marcado por uma confusão entre Luís Fabiano e os jogadores adversários. Na volta, em um Morumbi lotado, o Tricolor abriu o placar com Lucas Moura e ampliou com Osvaldo. No intervalo, uma briga no vestiário fez com que os atletas do Tigre sequer retornassem ao gramado, decretando o São Paulo como vencedor da Sul-Americana pela primeira vez. Na festa, Rogério Ceni passou a braçadeira de capitão para Lucas, que ergueu a última taça a entrar na galeria do clube.





Fonte: Jovem Pan