A Federação Alemã de Futebol (DFB) anunciou nesta quinta-feira (21) a assinatura de um contrato com a gigante americana Nike para o período de 2027 a 2034, uma decisão que marcará o fim de uma era —a parceria de sete décadas com a marca esportiva alemã Adidas.
A Nike vestirá “todas as seleções nacionais da DFB”, de acordo com um comunicado. A marca teria apresentado “de longe a melhor oferta econômica”, cujo valor não foi divulgado, segundo o presidente do conselho de administração da federação, Holger Blask.
A empresa americana “impressionou com sua visão, que inclui um compromisso claro com a promoção do esporte amador e popular, bem como com o desenvolvimento do futebol feminino na Alemanha“, segundo Blask.
A notícia é um golpe duro para a Adidas, cuja história está ligada à seleção alemã desde 1954, ao ponto de ter estabelecido uma união histórica e emblemática no mundo do esporte.
O grupo Adidas, cujo contrato com a DFB dura até o final de 2026, confirmou de forma lacônica e resignada a notícia, indicando que foi informado dela nesta quinta-feira.
O presidente da Federação Alemã, Bernd Neuendorf, afirmou no comunicado da DFB que o futebol alemão “deve muito” à Adidas “há mais de sete décadas”.
Na Eurocopa-2024 (14 de junho a 14 de julho), que será disputada na Alemanha, a seleção anfitriã instalará seu acampamento durante o evento perto da sede da Adidas, em Herzogenaurach, no sul do país. Estará vestida no torneio pela marca alemã, que apresentou os uniformes para o evento na semana passada.
“Um terremoto”
Se a Alemanha conseguir se classificar, a Copa do Mundo de 2026, a ser disputada nos Estados Unidos, Canadá e México, será o último grande torneio com a Adidas em sua camisa, onde exibem quatro estrelas pelos quatro títulos mundiais conquistados pela ‘Mannschaft’ em sua história.
Para a história ficarão momentos como o de Adi Dassler, fundador da Adidas, ajustando pessoalmente os cravos das chuteiras do artilheiro alemão Fritz Walter antes da final da Copa do Mundo de 1954, que entrou para a história como o ‘milagre de Berna’.
A Nike havia tentado tirar da Adidas o contrato com a DFB em várias ocasiões, forçando a empresa alemã a aumentar seus gastos para mantê-lo, chegando a elevar no último contrato o valor para 50 milhões de euros (R$ 270 milhões) anuais por quatro anos, o que representava o dobro em relação ao valor anterior, segundo o Bild.
Para essa publicação, a mudança de marca esportiva na seleção alemã é um “terremoto” para a Adidas.
Com este acordo, a Nike reforça seu envolvimento no futebol, onde veste o Brasil desde 1989 e também veste outras seleções importantes como França, Portugal, Inglaterra, Croácia, Holanda e Estados Unidos.