Um dos grandes nomes brasileiros da categoria Open na atualidade é Wellington “Nescau” Baptista. Sem competir desde o ano passado por problemas de saúde, ele adiantou à coluna que seu retorno aos palcos acontecerá na edição de 2026 do Arnold Sports Festival South America, também conhecido como Arnold Classic Brasil.
A última vez que os fãs brasileiros puderam vê-lo competindo de perto aconteceu no Arnold Classic Brasil 2023, quando Nescau ficou com a segunda colocação, atrás apenas do iraniano Behrouz Tabani. Em entrevista exclusiva, o fisiculturista relata estar “ansioso para ver” como seu físico responderá à primeira preparação após o hiato e “qual será o resultado” desse trabalho nos palcos.
Nescau teve que pausar sua carreira em junho de 2024 por conta de uma pericardite (inflamação no pericárdio, que é a membrana que fica ao redor do coração). Em um primeiro momento, o atleta profissional não pensava em ficar tanto tempo parado, mas meses depois foi descoberto que essa condição era causada por uma doença autoimune.
“Certa vez, peguei o que eu achava ser uma virose comum. O problema foi embora, mas aí apareceu a pericardite, o que não é algo tão fora do comum no nosso esporte. Só que eu me tratava, voltava e esse contratempo surgia novamente. Em outubro de 2024, descobri que tenho sarcoidose cardíaca [doença autoimune e rara que gera inflamações na região por conta da formação de aglomerados de células imunológicas]”, explica o fisiculturista.
Mesmo com a liberação médica para retornar às competições, Nescau permanece sob o uso de medicamentos corticoides, o que ele reconhece que será um desafio em suas próximas finalizações: “Busquei o Adam Abbas [farmacêutico e biólogo renomado no meio do fisiculturismo brasileiro] para me ajudar. Vou finalizar usando corticoides, que retêm líquidos no organismo, o que atrapalha. Não sei se tem alguém que já fez isso. (…) Estou ansioso e vou trabalhar para mostrar meu físico no auge”.
“Foi muito difícil no começo, cheguei até a pensar se esse seria o fim da minha carreira. Até porque eu vivi meu auge em 2023 e 2024 tinha tudo para ser ainda melhor. Tive uma leve ansiedade, até mesmo alguns momentos depressivos. Mas depois da tempestade vem a calmaria, a gente trabalha com o que tem. Se mesmo sob essas condições eu conseguir apresentar meu físico 100% no palco, já sou mais que vencedor”, afirma.
Estética na Open
Desde que se tornou um fisiculturista profissional, ainda em 2022, o atleta paranaense evolui constantemente e chama atenção dos fãs –nacionais e internacionais– pelo seu formato muscular, seu aspecto de pele, sua estrutura óssea e suas proporções favoráveis, que o garantem ter a estética como sua principal aliada.
À coluna, Nescau também falou sobre o desafio de construir massa muscular sem perder as linhas agradáveis que seu físico apresenta. “Sempre tive a preocupação de não alargar a minha cintura, de tentar manter ao máximo a minha simetria e as minhas proporções.”
“O pessoal às vezes comenta: ‘quer físico bonito, vai assistir à Classic Physique’. Mas mesmo na Open, que o principal fator é volume, eu sempre gostei daquele físico que você olha e fala: ‘Queria ser assim’. Um físico com a linha de cintura controlada, um físico bonito, uma pele de qualidade. Se não, acho que fica muito banalizado. Então é só ‘tomar bomba’, comer e treinar pra caramba que você já se torna um fisiculturista?!”, questiona o atleta.
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Folha de S.Paulo