O novo Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado de 14 de junho a 13 de julho nos Estados Unidos com 32 equipes, terá uma premiação total de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões na cotação atual), confirmou nesta quarta-feira (5) a entidade que governa o futebol mundial, após a reunião de seu conselho.
Durante muito tempo houve dúvidas sobre os detalhes econômicos da competição, que deverá ser disputada a cada quatro anos, mas a Fifa conseguiu contratos com vários colaboradores de peso nas últimas semanas.
A plataforma britânica DAZN se tornou a emissora exclusiva e acordos de patrocínio foram fechados com Coca-Cola, Bank Of America, o grupo chinês de televisores e eletrônicos Hisense e a cervejaria AB InBev.
Como comparação, a premiação total da Copa do Mundo do Qatar-2022 foi de US$ 440 milhões (R$ 2,5 bilhões).
No futebol de clubes, a Champions League da Europa em seu novo formato com 36 participantes paga € 2,4 bilhões (R$ 14,5 bilhões), mas é uma competição que se estende por vários meses (de setembro a 31 de maio nesta edição 2024/2025).
Além da premiação de US$ 1 bilhão prometida para ser dividida entre as equipes classificadas, será estabelecido um mecanismo de solidariedade para destinar parte das receitas da competição a outros clubes do mundo.
“Todas as receitas geradas pelo torneio serão distribuídas aos clubes participantes e através da solidariedade entre clubes em todo o mundo, já que a Fifa não ficará com um único dólar. As reservas da Fifa, que existem para o desenvolvimento do futebol global, permanecerão intocadas”, disse o presidente da entidade, Gianni Infantino.
A disputa do Mundial de Clubes acontece em meio a um contexto de oposição crescente ao grande número de jogos na temporada do futebol. O sindicato mundial de jogadores (FIFPro) e a Associação Europeia de Ligas apresentaram em outubro uma denúncia na Comissão Europeia contra a Fifa, acusada de abusar de sua posição dominante na elaboração do calendário.
Vários jogadores, como o ganhador da Bola de Ouro Rodri, o zagueiro holandês Virjil van Dijk e o francês Aurélien Tchouaméni, chegaram a falar sobre uma possível greve para protestar contra o calendário, que ficou ainda mais inchado na Europa com a ampliação da Champions League, além do Mundial de Clubes.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, se apoia no suporte que tem de importantes clubes, especialmente pela influência da Associação de Clubes Europeus (ECA), dirigida pelo presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al Khelaifi.
Novo torneio feminino
A Fifa também anunciou nesta quarta-feira (5) que decidiu adiar a primeira edição do Mundial de Clubes feminino para 2028. Em 2026, haverá em seu lugar a primeira edição da Copa dos Campeões feminina, a ser disputada pelas equipes vencedoras dos seis torneios continentais, como a Copa Intercontinental do futebol masculino.
Numa primeira rodada, o clube vencedor do torneio da Ásia encara o da Oceania. Quem sair por cima desse encontro, pega o campeão da África. Na semifinal, o classificado desse segundo encontro joga com a equipe campeã da Champions League europeia. Do outro lado, haverá o embate entre as vencedoras da Concacaf e da Copa Libertadores.
As semifinais e a final acontecerão entre 28 de janeiro e 1º de fevereiro de 2026.
Esse novo torneio será anual, exceto nos anos em que houver o Mundial de Clubes, que acontecerá a cada quatro anos e terá 19 equipes —seis disputarão uma fase preliminar, da qual três se qualificarão ao torneio principal, com outros 13 clubes já selecionados.
Folha de S.Paulo