MP denuncia seguranças por racismo após revista no Maracanã


Caso ocorreu em novembro de 2024
Divulgação

Caso ocorreu em novembro de 2024

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro(MPRJ) denunciou por racismo dois seguranças que teriam submetido uma mulher negra a uma revista vexatória e discriminatória, com insistência em revistar seu cabelo. O caso aconteceu na entrada do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Segundo a denúncia, os vigilantes Erika Nascimento dos Santos e Carlos Augusto Machado extrapolaram os limites legais durante a abordagem, expondo a vítima a uma situação constrangedora e impedindo seu acesso e o de seu marido ao jogo entre Fluminense e Fortaleza. Caso ocorreu em 22 de novembro de 2024.

O MPRJ listou diversas irregularidades na conduta dos seguranças da empresa Sunset Vigilância e Segurança. Entre elas, destacam-se o direcionamento discriminatório da revista, a falta de um motivo justo para uma busca pessoal tão invasiva, a ausência de um local reservado para a revista corporal e a inexistência de supervisão policial durante o procedimento.

A denúncia detalha que, após passar por uma busca pessoal que incluiu toques nos seios e revista completa de suas roupas, a torcedora teve seu cabelo agarrado pela vigilante Erika. A mulher recuou e deixou claro que não permitiria ser tocada em seus cabelos. No entanto, a segurança, de maneira invasiva e desrespeitosa, insistiu em revistar manualmente o cabelo da vítima, alegando seguir um procedimento padrão da empresa de vigilância.

O marido da torcedora interveio em defesa da esposa, discutindo com o supervisor Carlos Augusto. O supervisor, apoiando a conduta racista, teria ordenado que sua subordinada prosseguisse com os atos discriminatórios, ameaçando barrar a entrada do casal no estádio.

Mesmo após serem liberados e seguirem para a rampa de acesso, os seguranças abordaram o casal novamente, os conduziram a um posto policial e, finalmente, impediram o acesso de ambos ao interior do Maracanã.

Além de pedir a responsabilização criminal dos seguranças envolvidos, o MPRJ também solicitou à Justiça a suspensão das atividades da empresa Sunset Vigilância & Segurança por três meses.

O Portal iG entrou em contato com a empresa e até o momento não obteve retorno.



Portal IG