Mensagem contra genocídio em Gaza é projetada em balão olímpico de Paris – 26/07/2025 – Esporte


O público que assistia à subida do balão com a chama olímpica neste sábado (26) em Paris foi surpreendido com uma projeção com laser: “Parem o genocídio em Gaza“. O protesto foi reivindicado pela ONG Anistia Internacional, em um post na rede X.

A Folha acompanhou a detenção de um suspeito de ter feito a projeção, um homem magro e calvo, usando camiseta preta e calça jeans. Ele se identificou à reportagem como Thomas. A polícia não permitiu que ele fosse entrevistado.

O homem saiu discretamente do hotel Régina, na rua de Rivoli, com uma mochila a tiracolo, uma pasta na mão e uma mala de rodinhas, em direção ao Jardim das Tulherias, de onde sobe o balão. Aparentemente ele fez a projeção de um balcão no andar superior do hotel.

No jardim, foi abordado por policiais, que o trouxeram de volta ao hotel. Ele foi obrigado a abrir a mala, de onde tirou uma caixa de papelão onde era possível ver o que pareciam ser cabos elétricos. Depois, foi levado em uma viatura policial, sob aplausos de alguns passantes.

“Nesta noite, realizamos uma projeção muito especial na pira olímpica”, diz o post da Anistia Internacional. “O objetivo? Relembrar que a França tem uma responsabilidade. Ela deve fazer respeitar o direito internacional. Emmanuel Macron, aja para pôr fim à impunidade de Israel“, acrescenta o texto.

Na semana passada, o presidente Macron anunciou que a França vai reconhecer em setembro o Estado da Palestina. Defensores da causa palestina acusam Macron de fazer pouco para impedir o que consideram um genocídio cometido por Israel em Gaza.

O balão com a chama olímpica foi uma das novidades mais populares da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, há exatamente um ano. Por isso, os organizadores decidiram reencenar o evento todos os anos, nos meses de julho e agosto, até a próxima edição, em Los Angeles, em 2028.

A projeção durou cerca de 12 minutos e deixou perplexo o público, que não sabia se era uma mensagem oficial da organização dos Jogos ou não. O movimento olímpico, porém, coíbe manifestações políticas em seus eventos.



Folha de S.Paulo