A McLaren deixará o campeonato elétrico da Fórmula E ao fim da temporada 2024/25 para se concentrar na Fórmula 1, na IndyCar e em um novo projeto para a estreia na WEC (Campeonato Mundial de Endurance), a partir de 2027.
A McLaren, atual campeã mundial de construtores da Fórmula 1, disse em comunicado nesta sexta-feira (25) que a decisão, após três temporadas na Fórmula E, seguiu uma revisão estratégica da operação.
“É o momento certo para explorar outras oportunidades que se alinham mais estreitamente com a direção estratégica geral da McLaren Racing —incluindo nossa entrada em 2027 no Campeonato Mundial de Endurance da FIA (Federação Internacional de Automobilismo)”, disse o CEO da McLaren, Zak Brown.
“Por enquanto, estamos focados em preparar esta grande equipe para o sucesso futuro, trabalhando para garantir um novo proprietário.”
Um porta-voz da Fórmula E disse que ainda existe a possibilidade de a McLaren continuar até o fim da atual era Gen3 da categoria, em 2026.
A McLaren está mirando a chamada Tríplice Coroa no automobilismo, com a vitória no GP de Mônaco de F1, nas 24 Horas de Le Mans e nas 500 Milhas de Indianápolis.
A Fórmula E, uma categoria com dez anos de existência que começou com corridas de rua em cidades e também tem uma etapa em Mônaco, carece de um evento verdadeiramente marcante.
Jeff Dodds, diretor executivo da série elétrica de propriedade da Liberty Global, disse que marcas vêm e vão e, embora perder a McLaren seja um golpe, há uma oportunidade para outro fabricante se envolver.
“Não posso dourar a pílula, são más notícias”, disse ele a jornalistas em uma videochamada. “Não podemos negar que a McLaren é uma marca poderosa no automobilismo e, portanto, preferiríamos que eles continuassem no campeonato”, afirmou o executivo.
“Mas atualmente temos seis fabricantes no campeonato, e cinco deles já assinaram e se comprometeram com o Gen4. E estes não são pequenos fabricantes: Porsche, Jaguar, Nissan, Grupo Stellantis, Yamaha, são grandes fabricantes reconhecidos globalmente. Então, acho que estamos em uma posição muito boa.”
A própria McLaren já chegou a assumir a equipe da Mercedes na Fórmula E quando a montadora alemã decidiu deixar a categoria no final de 2022 para se concentrar na Fórmula 1.
Audi e BMW também vieram e foram ao longo dos anos e Dodds disse que é um momento complicado para os fabricantes, com tarifas e incertezas no mercado global, mas que é uma tempestade que a categoria irá superar.
A Liberty Global, acrescentou, tem uma abordagem de longo prazo para seu investimento, com a Fórmula E contando com uma base global de quase 400 milhões de fãs.
A equipe da McLaren na Fórmula E, patrocinada pela Neom, da Arábia Saudita, foi fundada em 2019 e operava separadamente, sob a liderança de Ian James, das equipes de Fórmula 1 e IndyCar. Ela está em terceiro lugar na classificação geral após cinco rodadas.
“A McLaren é o que eu chamaria de uma equipe puramente cliente”, afirmou Dodds. “O trem de força vem da muito bem-sucedida equipe Nissan. Nesse sentido, é um exercício de branding para a McLaren.”
Folha de S.Paulo