No mesmo momento em que o atacante dava essa declaração, o presidente alvinegro, José Carlos Peres, era afastado do cargo após uma reunião virtual do Conselho Deliberativo
Um dos grandes destaques do Santos e do futebol brasileiro em 2020, o atacante Marinho ressaltou a importância do técnico Cuca para ele e para o elenco que disputa duas competições neste momento – Campeonato Brasileiro e Copa Libertadores – e passará a jogar uma terceira, a Copa do Brasil, a partir do final de outubro. “O Cuca é um pai para mim. Depois que ele chegou no Santos, virou praticamente nosso presidente”, disse o jogador, na noite da última segunda-feira, 28. No mesmo momento em que o atleta dava essa entrevista, o presidente José Carlos Peres estava sendo afastado do cargo após uma reunião virtual do Conselho Deliberativo. Foram 161 votos a favor do afastamento, seis contra e nove abstenções – era preciso de dois terços dos votos para aprovação. O vice Orlando Rollo, rachado com Peres desde 2018, assume o comando do Santos.
“Ele (Cuca) entrou, mudou tudo, ajeitou a casa. Temos tanta dificuldade. O clube sem dinheiro, sem contratar. A gente sem receber. O Cuca mudou muita coisa. Eu não gosto de me meter muito em política, não seria a pessoa certa para falar, mas é como falei: ele é o nosso presidente. Tinha muita coisa errada que não conseguíamos resolver. Todo mundo esperava pelo menos alguém vir falar para a gente”, prosseguiu Marinho.
Durante a pandemia do novo coronavírus, os jogadores tiveram os seus salários reduzidos em até 70% sem um acordo com a diretoria. O assunto foi motivo de insatisfação nos bastidores e motivou Eduardo Sasha e Everson a buscarem a Justiça. O atacante e o goleiro foram para o Atlético-MG, onde são comandados novamente pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, outro que cobra o Santos judicialmente. Além disso, o Santos está sofrendo com duas punições da Fifa.
Racismo
Alvo de injúrias raciais em uma transmissão recente, Marinho promete não descansar na luta contra o racismo. Insatisfeito, o atacante citou exemplo de atletas de outros países que se posicionam contra isso e têm mais apoio. O piloto inglês Lewis Hamilton, principal astro da Fórmula 1, e o americano LeBron James, também estrela máxima na NBA, foram lembrados.
“Quando o Hamilton faz isso, o LeBron faz isso lá nos Estados Unidos, eles têm muito respeito. Se no Brasil você vai fazer é muito mimimi, ‘Nutella’, isso e aquilo. Mas eu vou defender a bandeira porque muita gente passa por isso e não tem voz ativa. Não ligo para o que vão falar de mim. O importante é eu saber, olhar para o próximo, pessoas que passam por isso diariamente, sofrem com isso nos empregos e não podem falar, senão vão ser mandadas embora”, comentou. “Isso nos machuca. Porque lá fora as pessoas falam e têm respeito, elas recebem um abraço de todo mundo. Aqui, se a gente vai defender, muita gente vem e ainda critica. Acredito que só no Brasil seja assim. É como eu falei, independentemente do que falam de mim, vou estar sempre brigando por aquilo que acho que é certo”, completou Marinho.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: Jovem Pan