Maiara Rotta, a primeira campeã brasileira da Fit Model – 14/03/2025 – Músculo


Criada no ano passado, a categoria Fit Model estreou na NPC (sigla para ‘National Physique Committee’, a federação de fisiculturismo amador que dá acesso à IFBB, a Federação Internacional de Fisiculturismo & Fitness) por meio do campeonato Musclecontest Chapecó, que aconteceu no final de semana passado.

O ‘Overall’ (disputa entre os vencedores de todos os grupos de uma determinada divisão) da categoria foi conquistado por Maiara Rotta, que se tornou a primeira fisiculturista brasileira a vencer uma competição pela Fit Model. Em entrevista exclusiva ao blog, a atleta relembra sua trajetória dentro do esporte, fala sobre parâmetros de julgamento e conta seus próximos passos dentro do esporte.

Trajetória no esporte

Maiara pratica esportes desde criança, quando começou a fazer karatê. Nas artes marciais, a atleta conquistou dezenas de medalhas, atingiu a faixa preta – o último grau de evolução dentro da modalidade – e passou a ensinar praticantes menos experientes.

Após o iniciar os treinos de musculação, Maiara conheceu o fisiculturismo e começou a acompanhar o esporte. Frequentadora de torneios desde 2012, ela demorou mais de 10 anos subir nos palcos pois não acreditava que seu corpo se enquadraria em nenhuma das divisões femininas que existiam até então: “nunca me via em uma categoria”.

Em 2023, a fisiculturista fez sua estreia e ficou com dois vice-campeonatos pela categoria Women’s Sport Model, da Nabba (sigla para ‘National Amateur Body-Builders’ Association’, outra federação). Vale lembrar que a divisão em questão, onde as atletas usam top e shorts, não existe na NPC nem na IFBB.

Foi apenas no final de 2024, com o anúncio da incorporação da Fit Model pela NPC e pela IFBB, que Maiara voltou a pensar no esporte competitivo. Após uma preparação de 43 dias, ela foi a Chapecó, em Santa Catarina, e conquistou seu primeiro título dentro do fisiculturismo.

Padrões da categoria

Original dos Estados Unidos, a Fit Model é praticamente uma resposta à Wellness, criada no Brasil. Em vez de exigir um desenvolvimento muscular mais aparente nos membros inferiores, o que geralmente privilegia a genética sul-americana, a nova categoria busca um padrão mais próximo do público. “É o corpo de praia. Sem celulite, sem marcação no glúteo, sem excesso de gordura. Uma mulher que nitidamente treina. É uma categoria de abertura”, explica Maiara.

“Não pode ser tão condicionada como uma Bikini, por exemplo. Elas têm cortes mais profundos e mais músculo, principalmente nos ombros e no glúteo”, completa a fisiculturista. Pontos geralmente destacados em outras categorias, como estriações musculares e veias aparentes, também não devem ser apresentados pelas competidoras.

Segundo a atleta, a nova divisão ainda não estabeleceu um padrão, “apenas uma ideia de como as atletas precisam ser”. Por conta desse motivo, ela descreveu sua preparação para o Musclecontest Chapecó como um “tiro no escuro”.

Outro ponto abordado por Maiara é o fato de, caso ela ganhe mais massa muscular, seu físico pode deixar de se enquadrar no que os árbitros buscam para a divisão: “depois da competição, fui pegar meu ‘feedback’ com os árbitros e me disseram que, para eu me manter na categoria, não posso crescer mais”.

Próximos passos

No próximo final de semana, Maiara competirá no Musclecontest Campinas, que ocorrerá no interior paulista. No começo de abril, ela participará do Arnold Classic South America, na capital do estado, onde tentará conquistar seu ‘pro card’ (o cartão profissional permite que o atleta compita em campeonatos organizados pela IFBB).

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Folha de S.Paulo