Luiz Henrique merece ser titular na seleção – 16/10/2024 – Juca Kfouri


Mais uma vez, Luiz Henrique entrou e mudou a cara do jogo. A seleção brasileira vencia a peruana mal e mal, com dois gols de pênalti em jogadas pouco perigosas, ambos convertidos por Raphinha.

Luiz Henrique, na primeira bola que pegou ao substituir Savinho, cruzou para Andreas Pereira marcar o terceiro, e lindo, gol.

Não demorou muito e o próprio Luiz Henrique fez o 4 a 0 definitivo, a goleada necessária.

Ora, o ponta-direita do Botafogo vinha jogando tão bem no Campeonato Brasileiro que além da convocação deveria ter sido titular desde que chegou à seleção.

Porque dono de drible fácil e objetivo, ele tem a força, um jeito surpreendente de jogar, em que parece entregar a bola para o adversário e usa do expediente para escapar do marcador, com botes certeiros.

Jogador raro e ameaçado, pois no olho do furacão pelo envolvimento com manipulação de resultados, o que pode resultar em pena severa contra ele.

BUFÕE$
A CPI das Apostas é palco para que bufões se sucedam em inglês e português, oportunidade para lacração de senadores e espertos.

O tal William Rogatto ecoou John Textor, sem prova alguma, como o americano, e escafedeu-se.

Deixou os senadores, com bilhetes reservados para Portugal, a ver navios e frustrados por perderem a chance de dar um pulinho em Lisboa e adjacências.

Tomaram um drible do meliante, fizeram papel de bobos da corte e, se um dia encontrarem com ele, bem que poderiam perguntar quem pagou pelo depoimento sem pé nem cabeça.

Terá sido em dólares, euros ou reais mesmo, para esquentar uma CPI que nasceu morta porque envolvida até os tampos com casas de apostas.

ANTROPOFAGIA

O futebol brasileiro é antropofágico.

Prova disso está nos sucessivos insucessos para a criação da liga dos clubes.

A cada dia ficam mais claros os motivos da impossibilidade.

A criação da liga única exigiria uma porção de passos para regulamentar seu funcionamento, entre estes a adoção do fair play financeiro, ferramenta para impedir que clubes endividados atuem por meio do doping financeiro.

As questões entre Cuiabá e Corinthians e Flamengo e Corinthians, que envolvem os atletas Raniele e Hugo Souza, falam por si mesmas.

Ouvir o consultor, que era para ser CEO do Corinthians, Fred Luz pedir paciência e compreensão dos credores soa, se não como ingenuidade, algo incompatível com a idade do executivo, como cinismo.

Então o gigantesco Corinthians, o clube de maior torcida no maior mercado do país, pede que o pequeno Cuiabá tenha empatia pelos desmandos cometidos há anos pelas seguidas diretorias alvinegras?

Seria até compreensível pedir ao Flamengo favores entre coirmãos, desde que, é claro, de fato fossem coirmãos, algo apenas imaginável se compartilhassem da mesma mesa em prol do sucesso do negócio que dividem, aquela coisa da mão que lava a outra.

É mais que sabido que por aqui os adversários se tratam como inimigos e que um quer ver o outro frito, incapazes de perceber que se retroalimentam.

E Luz apaga em Parque São Jorge o que ajudou a acender na Gávea.

Devo não nego, não pago mesmo se puder, é o resumo da pregação corintiana.

Da CBF, é sabido, nada a esperar, com exceção do enfraquecimento da imagem da seleção brasileira.

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Folha de S.Paulo