Leo Jardim é alvo de críticas silenciosas por Gabigol – 19/08/2025 – Tostão


Antes da goleada por 6 a 0 do Vasco sobre o Santos, as duas equipes tinham desempenhos e resultados parecidos no Brasileirão. Um conjunto de vários detalhes técnicos e imponderáveis determinou o placar. Não há nenhuma previsão confiável sobre como será o comportamento dos dois times até o final do campeonato. Tudo é incerto.

Assim como não compreendemos os motivos da queda do Inter neste ano em relação ao anterior, não entendemos bem qual é a razão de o Palmeiras ganhar mesmo quando joga mal, como na vitória sobre o Botafogo por 1 a 0. Seria a força mental?

Nesta quarta-feira (20), em casa, contra o Flamengo, pela Libertadores, com a desvantagem de um gol, imagino que o Inter vá usar a estratégia de pressionar desde o início para recuperar a bola perto do gol adversário e para não deixar que Jorginho e os dois zagueiros iniciem as jogadas ofensivas com ótimos passes, como é habitual.

Ancelotti deveria ir ao estádio para assistir ao jogo, pois Léo Ortiz e o lateral esquerdo Alex Sandro provavelmente deverão ser chamados. Muitos pedem a convocação de Alan Patrick, do Inter, por ser um bom meia ofensivo centralizado, como o uruguaio Arrascaeta, do Flamengo, e Mateus Pereira, do Cruzeiro.

Os bons jogadores dessa posição são importantes, porém excessivamente valorizados no Brasil. Na Europa, cada vez mais, eles têm sido substituídos por meio-campistas que atuam de uma intermediária à outra: marcam, constroem e atacam. No Barcelona, Raphinha é um atacante pela esquerda, que se desloca com frequência para o centro, onde define as jogadas. Atuando dessa maneira, Neymar, no time catalão, teve o melhor momento de sua carreira.

Existe também no Brasil uma dependência dos clássicos centroavantes, ótimos finalizadores, altos e bons nas jogadas aéreas. Na vitória por 6 a 0 sobre o Santos, o Vasco percebeu que há outra ótima opção, sem a presença do artilheiro Vegetti. Evidentemente, os clássicos e ótimos centroavantes são importantes, como Lewandowski, Haaland e outros. O centroavante mais completo do mundo é o inglês Kane, que faz muitos gols, movimenta-se por todo o ataque e dá excelentes passes. No Brasil, ele seria chamado de falso 9. É o verdadeiro 9.

Os grandes times deveriam ter maneiras diferentes de jogar de acordo com o momento e o adversário. Após o empate do Cruzeiro por 1 a 1 com o Mirassol, resultado esperado, percebi que entre torcedores e comentaristas havia uma crítica amena, silenciosa, ao treinador Leo Jardim, por ele não ter colocado Gabigol durante o segundo tempo. Essa crítica tem mais a ver com o passado brilhante do atacante do que com as suas atuações nas vezes em que foi escalado pelo treinador do Cruzeiro.

Leo Jardim tem a convicção de que não coloca Gabigol com frequência porque Matheus Pereira e Kaio Jorge estão muito bem, entrosados, e por não ter gostado coletivamente do time nos poucos momentos em que os três jogaram juntos. Teoricamente, Matheus Pereira poderia ser uma opção como meia-ponta-direita, deslocando-se para o centro para armar as jogadas com seu pé esquerdo, como fazia muito bem Gerson no Flamengo.

O Cruzeiro continua entre os quatro primeiros, como deseja o técnico. Mas, se a equipe perder posições, as críticas silenciosas se tornarão barulhentas.

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Folha de S.Paulo